Em contratação emergencial, foi fechado R$ 144 pela coleta e destinação final da tonelada de lixo

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Prefeitura de Serrana paga R$ 144 por tonelada de lixo, em contratação emergencial, para a empresa Luma Limpeza Urbana e Meio Ambiente Ltda, "afiliada" do grupo Leão Leão, pelos serviços de coleta e destinação de detritos domiciliares.
O valor pago é 20% superior, por exemplo, ao que a Prefeitura de Ribeirão Preto paga pela tonelada, R$ 119 -na conta de Ribeirão está inclusa também a coleta. Por mês, o contrato de Serrana prevê pagamento à empresa de R$ 108 mil, suficiente para dar conta das cerca de 750 t de lixo mensais.
No contrato, firmado em maio, consta ainda o serviço de transbordo -troca de caminhões para transporte em estrada-, que não é feito.
Tanto a Leão quanto a prefeitura dizem que os caminhões da coleta levam o lixo diretamente de Serrana para o aterro de Guatapará, que pertence à empresa.
A Folha acompanhou um dos caminhões, ontem, após o fim da coleta na cidade e constatou que o veículo não seguiu para Guatapará -foi para a sede da Leão, em Ribeirão.
A contratação foi necessária, segundo a prefeitura, porque o aterro municipal, irregular, foi lacrado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de SP) em 2 de abril, depois de ser considerado o pior do Estado.
"Esse contrato é bastante suspeito, pois esse problema com a Cetesb é antigo e, por isso, não cabe uma ação emergencial. Além disso, a prefeitura tinha caminhões e funcionários e, portanto, só precisaria pagar pela destinação do lixo", disse o vereador de oposição, Dênis Olivetti Silva (DEM).
O secretário de Finanças, José Carlos Nascimento, disse que o preço é "razoável" por se tratar de uma ação emergencial. Ele afirmou que já abriu licitação para a contratação permanente de uma empresa e começou estudos para recuperar o aterro municipal.


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