Ribeirão Preto, Quarta-feira, 08 de Julho de 2009

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Condomínio corta água de moradores e inicia polêmica

Moradores reclamam de interrupção e Procon afirma que é irregular; representante de condomínio diz que foi consenso

Desde a última quinta, 13 apartamentos ficaram sem água e mais cortes devem ser efetuados nos próximos dias, afirma o síndico

DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Moradores de 13 apartamentos do Parque Residencial Jardim das Pedras, em Ribeirão, estão sem água desde a última quinta-feira, por falta de pagamento da conta de condomínio.
A suspensão do fornecimento foi determinada pela administração do residencial. Segundo o síndico geral, Ademar Natal Pedigone, a distribuição só será normalizada quando os moradores iniciarem o pagamento das dívidas à empresa de cobrança. Há dois anos, as cobranças de condomínio no Jardim das Pedras são feitos por uma empresa terceirizada.
Cerca de 30 apartamentos devem ficar sem fornecimento de água nos próximos dias.
Moradores lesados afirmam que a medida é "arbitrária" e que não podem ser penalizados com o corte de água, já que as dívidas se referem às contas de condomínio.
A cabeleireira Rosilda Marina Pinto mora com os três filhos no residencial e diz que não recebeu a cobrança. Ela procurou a empresa para negociar a dívida, referente a três meses sem pagamento. "A gente fica de mãos atadas."
Marli de Oliveira, que mora no condomínio há três anos, também ficou surpresa com a medida. A conta, segundo ela, é paga pelo seu filho, que mora em Vitória (ES). "Estou devendo dez meses e não tenho como negociar", afirmou.
No residencial, parte dos 13 prédios possui hidrômetros individuais, que medem o consumo de água em cada apartamento -possibilitando a cobrança separada da conta de água. A medição do consumo de água e a manutenção dos registros individuais ficam a cargo de uma empresa contratada pelo condomínio, que pode suspender a distribuição. Como a água é cobrada na mesma fatura do condomínio, uma conta não pode ser paga sem a quitação da outra.
O Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) faz o abastecimento geral. Segundo a Coordenadoria de Comunicação da prefeitura, o órgão não pode fiscalizar a distribuição interna. De acordo com o síndico, o corte foi aprovado em assembleia no ano passado e os moradores são notificados desde o início deste ano. Para o Procon de São Paulo, a suspensão é irregular, porque o abastecimento é atribuição do poder público.


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