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TCE aponta irregularidades na Transerp
Relatório do órgão rejeita as contas de 2006 e impõe multa a ex-superintendente, Antônio Carlos Muniz
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo) apontou uma série de irregularidades ocorridas na
Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.) em 2006, na
gestão do então superintendente Antônio Carlos Muniz.
Entre elas está a ausência de
cobrança das multas recebidas
por funcionários da própria
empresa. Elas foram pagas com
o orçamento da autarquia, mas
não foram ressarcidas.
O documento, assinado pelo
conselheiro Fulvio Julião Biazzi, rejeitou as contas de 2006 da
empresa e também condenou
Muniz a pagar multa de 100
Ufesps (R$ 1.585) -ainda cabe
recurso à defesa.
O conselheiro aponta que na
gestão de Muniz houve prejuízo de R$ 2,7 milhões, o equivalente a 23,6% da receita da empresa, de R$ 11,8 milhões.
Além disso, aponta irregularidades na contratação de cargos em comissão, atrasos nos
recolhimentos ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
e Cofins (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade
Social) e divergência do valor
arrecadado com multas de
trânsito no mês de janeiro de
2006, entre o demonstrativo da
prefeitura e o da Transerp.
"Gera preocupação a demonstração do resultado do
exercício, com prejuízo de R$
2.785.512,51, equivalente a
23,60% da receita de R$
11.804.754,89, conquanto que o
total das despesas atingiu a cifra de R$ 14.590.267,40, pois
extrapola os limites aceitos por
este Tribunal", diz o relatório.
Há, ainda, outras irregularidades encontradas pelo TCE,
como atrasos de pagamentos
ao Daerp (Departamento de
Água e Esgotos de Ribeirão
Preto) e um elevado passivo de
litígios trabalhistas.
O vereador Jorge Parada
(PT), presidente da CEE (Comissão Especial de Estudos) da
Transerp, disse que não pretende investigar as contas.
Muniz foi procurado pela
Folha, mas não foi localizado.
Na Prefeitura de Pitangueiras,
onde ele atualmente trabalha, a
reportagem foi informada de
que ele fez viagem particular.
No próprio relatório, ele se
defende: afirma que a Transerp
passava por "grave crise financeira" e que desconta em folha
de pagamento as infrações cometidas pelos funcionários.
(LUCAS REIS)
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