Ribeirão Preto, Sábado, 08 de Outubro de 2011

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Mistura com o álcool é uma das piores, diz professora da Unifesp

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma das combinações mais graves entre as drogas é a do crack com o álcool, segundo Solange Aparecida Nappo, docente da Unifesp e pesquisadora do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas).
"No fim das contas, o usuário associa duas dependências graves, que são muito mais violentas e danosas do que só o crack."
A busca por outras drogas é um refúgio do usuário. De acordo com a especialista, o viciado logo percebe como o crack o deixa exposto ao risco. "Dizemos que o usuário de crack não morre de overdose, mas de tiro. Quer dizer, fica exposto à violência."
Outro fator é que o crack é a droga que mais rapidamente dá prazer, mas essa sensação logo passa e dá lugar à compulsividade, que o usuário chama de "fissura".
Para escapar da fissura por fumar mais e mais, ele tenta atenuá-la misturando o crack a outras drogas. O álcool é uma das alternativas, além da maconha. E já há traficantes que vendem a droga misturada à maconha, "para prolongar a vida do cliente".
Diferentemente da cocaína, que cria danos ao septo nasal ou às veias sanguíneas, o crack e o álcool não dão sinais de alerta ao corpo, segundo a docente. "A pessoa chega a beber dois litros de pinga em uma noite usando a pedra de crack."
Ainda de acordo com Solange, a combinação de drogas torna o tratamento ainda mais difícil.


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