COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Um bebê de quatro meses foi resgatado de uma casa alagada no bairro Vila Mariana, em Ribeirão Preto, ontem de manhã. Segundo o Corpo de Bombeiros, a família não queria deixar a casa, mas, pela segurança do bebê, foram convencidos a ir para a casa de parentes.
De acordo com a mãe do bebê, Margarete Silvério, 30, apesar de a água estar na cintura, ela temia deixar a casa sozinha. "Meu marido ficou lá, os móveis estão todos para cima, mas eu perdi muita coisa", disse. Ela tem outros quatro filhos. Todos eles foram para a casa de Silvia Helena Silvério, 36, irmã de Margarete.
Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de vinte famílias ficaram ilhadas desde a madrugada na mesma rua em que o bebê foi resgatado. "Eles estão lá com água na cintura, mas não querem sair para não deixar a casa sozinha", disse o sargento Lourival Alves.
De acordo com Margarete, a casa estava cheia de animais, alguns deles peçonhentos, como escorpiões e cobras. "Havia até mesmo sanguessugas na parede, baratas e ratos."
Uma mulher grávida também passou apuros na madrugada. Mônica Aparecida Silva, 30, está grávida de sete meses e perdeu parte do enxoval na chuva. "Mal tem jeito de chegar em casa, tem barro para todo lado", disse Silva. Essa é a primeira enchente de Silva e ela diz que agora pretende mudar de casa para ter o filho.
Silva mora na Álvaro de Lima, rua da Vila Virgínia, um tradicional ponto de enchentes em Ribeirão. Nair Machado, 65, que mora na mesma rua, disse que não deu tempo de subir todos os móveis. "Não deu tempo de subir muita coisa, perdi a geladeira e colchões."
Ranchos à beira dos rios Pardo e Mogi também foram atingidos. Segundo os bombeiros, em Sertãozinho, oito pessoas ficaram ilhadas.


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