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Juiz de Barretos condena dono de óticas
Pena é de 11 meses de prisão por exercício ilegal da medicina; Quitério Filho nega e diz que só faz laudos
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Justiça de Barretos condenou o empresário Benedito
Quitério Filho, 59, dono da rede de óticas Santa Lucía, em
Barretos e região, a 11 meses de
prisão e multa de dez salários
mínimos por exercício ilegal da
medicina. O empresário recorre da decisão em liberdade.
Duas ações, uma da APM
(Associação Paulista de Medicina) e outra do Ministério Público, foram movidas contra
Quitério Filho, acusado de realizar atendimentos médicos,
atribuição dada apenas a oftalmologistas com diploma.
Além da condenação criminal, ele foi sentenciado, também, na esfera cível, a uma
multa de 50 salários mínimos a
cada consulta que realizar.
As sentenças mostram que
há uma série de ex-pacientes
que testemunharam contra
Quitério Filho, queixando de
problemas de visão. Em um deles, por exemplo, uma mulher
conta que as lentes que lhe foram receitadas causaram úlcera de córnea, pois a curvatura
da lente estava errada.
"Este é um fato muito grave.
Ele realizava consultas médicas, mas não tem formação profissional. Ele tem, apenas, um
curso técnico de optometria, o
que não lhe dá o direito de realizar consultas e encaminhar receitas médicas", disse Orlando
Monsef Filho, advogado da
APM.
O empresário se defende dizendo que é optometrista (estudo da visão) e que está habilitado para tal função. "Não posso concordar com essa decisão.
Sou optometrista formado e
exerço minha profissão. Quanto aos pacientes que reclamaram, tudo indica que são "laranjas". Os outros pacientes, ninguém reclama", disse. "Procuro
não usar a palavra consulta. O
que eu faço é um teste octométrico. Assim, dou um laudo octométrico", disse.
No entanto, a sentença diz
que Quitério Filho ultrapassou
os limites da optometria ao
consultar e prescrever lentes
de grau e de contato, praticando atos médicos.
A rede de óticas Santa Lucía
(antiga Santa Luzia) tem lojas
em 11 cidades: quatro em Barretos e outras sete em Ribeirão,
Guaíra, Olímpia, Bebedouro,
Guaraci, Morro Agudo e Planura-MG. Ele disse que continua
trabalhando normalmente na
matriz da empresa, em Barretos. "Estou amparado pela lei."
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