Ribeirão Preto, Domingo, 09 de Janeiro de 2011

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Pesquisa em células-tronco é carro-chefe

Pacientes de outros Estados "descobrem" tratamento em Ribeirão pela internet e até se mudam para cidade

Especialista da USP em células-tronco diz que tendência é cidade continuar sendo uma referência na área


DE RIBEIRÃO PRETO

O publicitário Tiago Dória Pinto, 25, mora em Aracaju (SE) e encontrou pela internet uma pesquisa para tratar diabetes por meio de transplante de células-tronco.
Ele descobrira que tinha a doença havia três semanas e o tratamento precisava ser feito com urgência. O problema era a distância de mais de 2.000 quilômetros da cidade sergipana a Ribeirão, onde a pesquisa é realizada.
"Pesquisei mais sobre o tratamento e não tive dúvidas: larguei tudo e me mudei por quatro meses com meu pai e minha mãe para um flat em Ribeirão", disse.
Dória fez o transplante de células-tronco e agora só precisa aplicar insulina uma vez ao dia -antes eram cerca de 15 aplicações diárias.
O publicitário conta que durante o período que passou em Ribeirão, enquanto ocorriam os retornos médicos, trouxe outros parentes e amigos para a cidade.
"Posso dizer que divulguei Ribeirão aqui em Sergipe. Gostei muito da cidade e sempre que preciso voltar para algum retorno de rotina aproveito para passear."
Segundo o imunologista Júlio César Voltarelli, coordenador do Centro de Terapia Celular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto, a maioria dos transplantes de células-tronco realizados por sua equipe são feitos em pessoas de outros Estados do país.
"São as pesquisas em células-tronco que têm atraído cada vez mais pacientes para Ribeirão. Nos últimos anos nos tornamos uma referência nesse setor. Não tenho dúvidas de que isso é uma tendência que vai se prolongar por muito tempo."
O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, médico de Dória e integrante da equipe de Voltarelli, afirma que a internet auxilia muito na vinda destes pacientes.
"O doente pesquisa sobre seu problema, principalmente na internet, e a partir daí nos procura para saber sobre os tratamentos."
Atualmente, a equipe de Voltarelli desenvolve pesquisas experimentais com transplantes de células-tronco para tratar diabetes, esclerose múltiplas e retinose pigmentar. Também faz tratamentos convencionais para doenças do sangue, como leucemia e linfomas. (HÉLIA ARAUJO)


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