Ribeirão Preto, Domingo, 09 de Janeiro de 2011

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Experimento da USP produz "superleite"

Estudo feito em vacas gerou produto fortalecido capaz de combater colesterol ruim

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A adição de óleo de girassol, selênio e vitamina E à ração de vacas leiteiras numa fazenda local produziu um "superleite" capaz de combater o colesterol ruim e a ação dos radicais livres no organismo humano -como envelhecimento precoce e alguns tipos de câncer.
O experimento, apontado como inédito no Brasil, foi desenvolvido em Ribeirão Preto por pesquisadores da FZEA/USP (Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo) e do Polo Centro Leste da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios).
Por cinco meses, 32 animais receberam a ração, e o leite produzido foi oferecido a 120 crianças de oito a dez anos, que estudam numa escola municipal de Casa Branca (SP). Após análises de sangue, notou-se aumento das substâncias e gordura saudável no organismo dos alunos.
"Nós já havíamos feito experimentos com cálcio, mas os resultados não foram favoráveis ao homem. Agora, encontramos as substâncias ideais para garantir uma qualidade melhor ao leite bovino", disse Arlindo Saran Netto, da FZEA/USP.
Segundo ele, o "superleite" foi desenvolvido para garantir características funcionais aos alimentos. Na pesquisa, o óleo de girassol foi incluído para alterar o perfil dos ácidos graxos do leite, enquanto a vitamina e o selênio agem como antioxidantes do organismo humano.
A pesquisadora do Polo, Márcia Saladini Vieira Salles, afirmou que os resultados da pesquisa devem beneficiar toda cadeia produtiva, desde as vacas até os consumidores do leite. Nos animais, por exemplo, foi notado melhora no sistema imunológico e baixa incidência de mastite.
"Para os produtores, a vantagem é um leite de melhor qualidade, enquanto para a indústria é a possibilidade de maior valor agregado aos produtos. Já para os consumidores, fica a garantia de um produto mais nutritivo e saudável", disse Márcia.
No entanto, segundo Saran Netto, a pesquisa não será patenteada.
"Qualquer pessoa poderá adotar a dieta", disse.


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