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Consumo sobe, mas região cai em ranking
Moradores das dez maiores cidades da região gastaram mais em 2008, só que esses municípios foram ultrapassados
Economistas dizem que expansão do Bolsa Família fez regiões mais pobres se saírem melhor; consumo em Ribeirão foi de R$ 7,9 bi
Edson Silva/Folha Imagem
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Carla Volpon e o marido Ricardo Soares compram vinhos no enoteca Fasano, em Ribeirão
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
As dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto perderam posições no ranking nacional de potencial de consumo do
ano passado, em comparação
com 2007. Apesar disso, todos
esses municípios viram crescer
o poder de compra de seus habitantes. O ranking é elaborado
pela empresa Target Marketing
Consultoria.
Juntas, as cidades perderam
78 posições. A queda recorde
foi de Bebedouro, que era 280ª
cidade que mais consumia no
Brasil em 2007 e passou para a
310ª posição no ano passado.
"Penso que a região de Ribeirão, que é rica, vive o mesmo fenômeno que as regiões Sul e
Sudeste, que perderam espaço
para o Nordeste e Centro-Oeste com as políticas sociais do
governo federal", disse o diretor da Target, Marcos Parizzi.
No levantamento de 2008,
pela primeira vez na história a
região Nordeste superou o Sul
em consumo absoluto. Enquanto o Sul ficou estagnado
com 16,8% do total de um ano
para outro, o Nordeste saltou
dos mesmos 16,8% para 18,2%
em 2008. O Estado de São Paulo viu sua representatividade
cair de 53,2% para 51,8% do
consumo total do país.
Ribeirão Preto, que caiu da
24ª para a 25ª posição no país,
se manteve na sétima colocação dentro de São Paulo. No
ano passado, a cidade consumiu R$ 7,9 bilhões, alta de 10%
em relação a 2007. Em representatividade absoluta, Ribeirão caiu de 0,48% do consumo
nacional para 0,45% em 2008.
Franca, segunda da região na
lista, caiu da 62ª para a 69ª colocação no Brasil. Se em 2007
era responsável 0,21% do consumo nacional, viu sua representatividade cair para 0,19%.
No Estado, foi ultrapassada
por São Vicente, no litoral, e
caiu do 19º ao 20º posto. Apesar
disso, a capital dos calçados
masculinos consumiu R$ 3,42
bilhões no ano passado, 3,7% a
mais do que em 2007.
"Outras regiões têm cidades
maiores do que algumas daqui,
mas que consumiam menos.
Com programas como o Bolsa
Família e Pronasci [Programa
Nacional de Segurança Pública
com Cidadania], esta margem
diminuiu ou, às vezes, até vemos cidades daqui sendo ultrapassadas", disse o professor Alberto Borges Matias, da FEA-RP (Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade
de Ribeirão Preto) da USP.
Para Matias, a chegada do
crescimento à regiões mais distantes do eixo Sul-Sudeste não
significa disputa direta com as
cidades paulistas.
"Nada impede de continuarmos crescendo. Mercados como o polo calçadista de Franca,
o setor imobiliário de Ribeirão,
o álcool produzido em toda a
região e até a metalurgia ainda
têm muito para onde crescer".
A campeã nacional e estadual
é a capital paulista, cujo consumo de R$ 497,7 bilhões representou no ano passado 8,95%
do total nacional. Apesar de estar longe de ser ameaçada, São
Paulo teve consumo mais representativo para o país em
2007: 9,31%.
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