Ribeirão Preto, Segunda-feira, 09 de Março de 2009

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Consumo sobe, mas região cai em ranking

Moradores das dez maiores cidades da região gastaram mais em 2008, só que esses municípios foram ultrapassados

Economistas dizem que expansão do Bolsa Família fez regiões mais pobres se saírem melhor; consumo em Ribeirão foi de R$ 7,9 bi

Edson Silva/Folha Imagem
Carla Volpon e o marido Ricardo Soares compram vinhos no enoteca Fasano, em Ribeirão

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

As dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto perderam posições no ranking nacional de potencial de consumo do ano passado, em comparação com 2007. Apesar disso, todos esses municípios viram crescer o poder de compra de seus habitantes. O ranking é elaborado pela empresa Target Marketing Consultoria.
Juntas, as cidades perderam 78 posições. A queda recorde foi de Bebedouro, que era 280ª cidade que mais consumia no Brasil em 2007 e passou para a 310ª posição no ano passado.
"Penso que a região de Ribeirão, que é rica, vive o mesmo fenômeno que as regiões Sul e Sudeste, que perderam espaço para o Nordeste e Centro-Oeste com as políticas sociais do governo federal", disse o diretor da Target, Marcos Parizzi.
No levantamento de 2008, pela primeira vez na história a região Nordeste superou o Sul em consumo absoluto. Enquanto o Sul ficou estagnado com 16,8% do total de um ano para outro, o Nordeste saltou dos mesmos 16,8% para 18,2% em 2008. O Estado de São Paulo viu sua representatividade cair de 53,2% para 51,8% do consumo total do país.
Ribeirão Preto, que caiu da 24ª para a 25ª posição no país, se manteve na sétima colocação dentro de São Paulo. No ano passado, a cidade consumiu R$ 7,9 bilhões, alta de 10% em relação a 2007. Em representatividade absoluta, Ribeirão caiu de 0,48% do consumo nacional para 0,45% em 2008.
Franca, segunda da região na lista, caiu da 62ª para a 69ª colocação no Brasil. Se em 2007 era responsável 0,21% do consumo nacional, viu sua representatividade cair para 0,19%.
No Estado, foi ultrapassada por São Vicente, no litoral, e caiu do 19º ao 20º posto. Apesar disso, a capital dos calçados masculinos consumiu R$ 3,42 bilhões no ano passado, 3,7% a mais do que em 2007.
"Outras regiões têm cidades maiores do que algumas daqui, mas que consumiam menos. Com programas como o Bolsa Família e Pronasci [Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania], esta margem diminuiu ou, às vezes, até vemos cidades daqui sendo ultrapassadas", disse o professor Alberto Borges Matias, da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da USP.
Para Matias, a chegada do crescimento à regiões mais distantes do eixo Sul-Sudeste não significa disputa direta com as cidades paulistas.
"Nada impede de continuarmos crescendo. Mercados como o polo calçadista de Franca, o setor imobiliário de Ribeirão, o álcool produzido em toda a região e até a metalurgia ainda têm muito para onde crescer".
A campeã nacional e estadual é a capital paulista, cujo consumo de R$ 497,7 bilhões representou no ano passado 8,95% do total nacional. Apesar de estar longe de ser ameaçada, São Paulo teve consumo mais representativo para o país em 2007: 9,31%.


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