Ribeirão Preto, Terça, 9 de março de 1999

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VIOLÊNCIA
Três jovens morreram entre quinta-feira e anteontem em Ribeirão; polícia aponta relação com o tráfico
Seis adolescentes são baleados em 4 dias

da Folha Ribeirão

Seis adolescentes foram baleados e três deles morreram entre quinta-feira e a noite de anteontem em Ribeirão Preto. Segundo a polícia, praticamente todos os casos estão ligados ao tráfico de drogas.
No último caso, que ocorreu anteontem à noite, o corpo de T.B.S., 14, foi encontrado no canavial da Destilaria Galo Bravo, no Anel Viário, por um pescador.
O adolescente tinha tiros no tórax, no abdômen, nas pernas e nas nádegas. A polícia acredita que o adolescente tenha sido morto em outro local e o corpo tenha sido jogado no canavial da destilaria.
Ele esteve internado na Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) em outubro do ano passado por porte de droga e de arma.
O delegado do setor de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão, Samuel Zanferdini, afirma que pelo menos 90% dos assassinatos de adolescentes na cidade estão relacionados ao tráfico de drogas.
"Como as penas impostas aos adolescentes são mais leves, eles são cada vez mais usados na distribuição de drogas", diz. Segundo o delegado, em princípio não há relação entre as mortes ocorridas nos últimos dias em Ribeirão.
Ontem à tarde, a DIG prendeu André Luís Severino de Almeida, 20, que confessou a morte da garota A.P.M., 16, assassinada na quinta-feira à tarde dentro de um bar no bairro Parque São Sebastião. Ele apresentou a arma do crime, uma pistola semi-automática 7.65.
"O crime está indiretamente relacionado ao tráfico e tem ligação com outro homicídio acontecido no bairro." Por não ter sido autuado em flagrante, Almeida deveria ser liberado ainda na noite de ontem, após prestar depoimento.

Tiroteio
Na última sexta-feira, três jovens foram baleados na sorveteria Ivaneska, localizada na avenida do Café, na Vila Tibério.
De acordo com a polícia, os adolescentes J.B.S., F.A.P. e W.A.P.C. haviam acabado de chegar na sorveteria e estavam sentados em uma mesa com outras duas pessoas quando um homem se aproximou do local em que eles estavam reunidos e começou a atirar.
Os três foram internados e W.A.P.C. passou por uma cirurgia para remover as balas.
No mesmo dia, Rogério Paiva Almeida, 18, foi baleado no Quintino Facci 2. Ele foi internado na Santa Casa e morreu no dia seguinte. Segundo a polícia, dois jovens de bicicleta pararam Almeida na rua e atiraram em sua cabeça e no seu corpo.
A DIG instaurou inquérito para investigar os motivos da morte.
"A grande maioria dos casos está relacionada à disputa por pontos-de-venda de droga ou por dívidas referentes à compra de entorpecentes", afirma Zanferdini.



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