|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Região tem baixa média de partos normais
Índice de nascimentos naturais é menor que o do Estado, onde 43,3% das mães tiveram os filhos pelo modo normal em 2008
O menor percentual foi detectado na regional de Barretos, onde apenas 23,4% das mulheres dão
à luz pelo modo natural
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A escolha das mulheres pelo
parto natural tem sido cada vez
menor e, na região, a proporção
é inferior à média estadual. Do
total de nascimentos registrados no Estado em 2008, apenas
43,3% das mães tiveram seus filhos pelo modo normal. No
DRS (Departamento Regional
de Saúde) de Ribeirão Preto o
índice é de 40,6%.
Na região, o menor percentual é do DRS de Barretos, onde
somente 23,4% das mulheres
dão à luz pelo modo natural.
Em seguida aparecem os departamentos de Araraquara
(27,2%) e de Franca (36,1%).
O levantamento foi divulgado na semana passada pela
Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).
A recomendação da OMS
(Organização Mundial da Saúde) é que o número de cesarianas não ultrapasse os 15%. Segundo a demógrafa da Seade,
Lúcia Yazaki, se criou uma cultura de cesáreas no país e, para
revertê-la, são necessárias
campanhas de conscientização.
"Desde a década de 90 o Ministério da Saúde vem trabalhando campanhas de incentivo ao parto normal, mas o número de cesáreas ainda é alto. É
preciso um trabalho muito forte para tentar educar os dois lados, as mães e os médicos", afirmou a demógrafa.
Segundo o coordenador do
Programa de Saúde da Mulher
de Ribeirão Preto, Valdomiro
de Freitas Sampaio, a resistência das mães existe porque elas
temem a dor do parto.
"A cesariana foi criada para
salvar a mãe e o bebê, mas segundo indicação médica. Mas
há pacientes que buscam essa
alternativa por ter receio do
parto normal", disse.
Para Sampaio, é difícil reverter esse número. "As mulheres
que tiveram o primeiro filho
com parto cesáreo normalmente têm o segundo da mesma forma. Mais de 90% tendem a repetir", disse.
A diretora de Vigilância em
Saúde de Barretos, Jussara Colli, também vê dificuldades em
mudar o quadro, apesar de a rede ter um trabalho de conscientização com as gestantes.
"É muito complicado, a gente
tem curso de gestante, trabalhamos com a importância do
parto normal, em como a cesárea pode ter mais complicações, mas a adesão ainda é pequena", afirmou Colli.
No ano passado, a cidade de
Araraquara teve 1.883 partos,
sendo 610 normais e, o restante, cesáreas -os dados incluem
nascimentos nas redes particular e pública de saúde.
"O grande problema é a comodidade. A mulher e o médico
preferem agendar a data, planejar o horário e o dia para o
nascimento do bebê. Existe o
medo da dor, que não tem como
se prever e, por isso, a mulher
se direciona para a cesárea",
disse a coordenadora da atenção básica de Araraquara Maria
da Penha Santos.
Para aumentar a adesão ao
parto normal, o município tem
investido em programas de
acompanhamento à gestante,
como o apoio das doulas
(acompanhantes de parto).
"Ter um profissional ajuda
muito na hora, para confortar a
mulher", afirma Santos.
Texto Anterior: Foco: Agrishow movimenta R$ 1,150 bi em negócios financiados por bancos Próximo Texto: Grávida pela 1ª vez, publicitária opta por cesárea Índice
|