Ribeirão Preto, Quinta-feira, 09 de Julho de 2009

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Promotor pretende investigar destino do lixo reciclável

Desde o final do ano passado, o lixo separado está sendo reciclado de maneira parcial e precária

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O promotor do Meio Ambiente Urbano, Sebastião Donizeti Lopes, vai investigar o que a Prefeitura de Ribeirão Preto está fazendo com o material recolhido na coleta seletiva. Desde o final do ano passado, o lixo separado que é recolhido em 4% dos bairros da cidade está sendo reciclado de maneira parcial e precária.
Conforme revelou a Folha em sua edição de ontem, parte do lixo reciclável pode ter sido "jogada fora" por falta de um local adequado para o trabalho de reciclagem, executado atualmente por uma cooperativa de 35 ex-catadores.
"Vou investigar se num passado não muito remoto houve destinação de um lixo de qualidade melhor com o lixo comum", disse Lopes.
Na próxima semana, o promotor vai solicitar à Promotoria da Cidadania que investigue o caso, já que a prefeitura tem um contrato exclusivo para a coleta seletiva, ou seja, paga mais caro por ela.
O Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) paga, por mês, cerca de R$ 60 mil à empresa Leão Ambiental, responsável pelos serviços de coleta e transporte dos recicláveis até a cooperativa.
O Daerp, a Leão Ambiental e a Secretaria de Assistência Social, responsável pela cooperativa de recicladores, afirmam que metade do lixo da coleta seletiva está sendo armazenado há três semanas para reciclagem posterior na área de transbordo do aterro sanitário da prefeitura, localizado na rodovia Mário Donegá.
Já a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado), que fiscaliza as atividades no aterro, nega que o material esteja na área e afirma que a prefeitura não tem permissão para estocá-lo naquele lugar.
O promotor também quer informações sobre o tipo de material que chega para reciclagem. Ontem, por exemplo, a Folha fotografou material plástico de uso hospitalar, como bolsas de soro e seringas sem agulha, sendo manuseados por uma recicladora no galpão do Parque Permanente de Exposições.
Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Sanitária da prefeitura, Vânia Cantarella Rodrigues, o material, embora não exija procedimentos prévios antes do descarte, deveria ter sido destinado a um aterro sanitário e não à reciclagem.



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