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Promotor pretende investigar destino do lixo reciclável
Desde o final do ano passado, o lixo separado está sendo reciclado de maneira parcial e precária
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O promotor do Meio Ambiente Urbano, Sebastião Donizeti Lopes, vai investigar o que
a Prefeitura de Ribeirão Preto
está fazendo com o material recolhido na coleta seletiva. Desde o final do ano passado, o lixo
separado que é recolhido em
4% dos bairros da cidade está
sendo reciclado de maneira
parcial e precária.
Conforme revelou a Folha
em sua edição de ontem, parte
do lixo reciclável pode ter sido
"jogada fora" por falta de um
local adequado para o trabalho
de reciclagem, executado
atualmente por uma cooperativa de 35 ex-catadores.
"Vou investigar se num passado não muito remoto houve
destinação de um lixo de qualidade melhor com o lixo comum", disse Lopes.
Na próxima semana, o promotor vai solicitar à Promotoria da Cidadania que investigue
o caso, já que a prefeitura tem
um contrato exclusivo para a
coleta seletiva, ou seja, paga
mais caro por ela.
O Daerp (Departamento de
Água e Esgotos de Ribeirão
Preto) paga, por mês, cerca de
R$ 60 mil à empresa Leão Ambiental, responsável pelos serviços de coleta e transporte dos
recicláveis até a cooperativa.
O Daerp, a Leão Ambiental e
a Secretaria de Assistência Social, responsável pela cooperativa de recicladores, afirmam
que metade do lixo da coleta
seletiva está sendo armazenado há três semanas para reciclagem posterior na área de
transbordo do aterro sanitário
da prefeitura, localizado na rodovia Mário Donegá.
Já a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado), que fiscaliza as atividades no aterro, nega
que o material esteja na área e
afirma que a prefeitura não
tem permissão para estocá-lo
naquele lugar.
O promotor também quer
informações sobre o tipo de
material que chega para reciclagem. Ontem, por exemplo, a
Folha fotografou material
plástico de uso hospitalar, como bolsas de soro e seringas
sem agulha, sendo manuseados
por uma recicladora no galpão
do Parque Permanente de Exposições.
Segundo a chefe da Divisão
de Vigilância Sanitária da prefeitura, Vânia Cantarella Rodrigues, o material, embora não
exija procedimentos prévios
antes do descarte, deveria ter
sido destinado a um aterro sanitário e não à reciclagem.
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