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Unica afirma que desconhece nº de mortes nas pistas
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Unica (União da Indústria
da Cana-de-Açúcar), principal
entidade representativa do setor sucroalcooleiro no país, disse desconhecer dados relativos
a mortes ocorridas em acidentes que envolvam caminhões
canavieiros.
A entidade também alegou
ignorar que motoristas canavieiros terceirizados cumpram
jornadas de 12 horas e trabalhem sem folgas. O fato foi confirmado por cerca de 30 motoristas ouvidos pela Folha, além
de quatro sindicatos que representam a categoria e de procuradores do Ministério Público
do Trabalho.
Em nota, a entidade da indústria afirma que, "se houver
algum caso específico dessa natureza, certamente será uma
prática isolada, que não representa o que acontece nas 119
empresas associadas, ou mesmo nas cerca de 400 usinas em
atividade hoje no Brasil".
Sobre a contratação de motoristas terceirizados para o
transporte da cana-de-açúcar,
prática que o Ministério Público do Trabalho considera responsável pelas jornadas excessivas dos caminhoneiros, a
Unica afirmou que não se envolve nessas discussões por
considerá-las "questões operacionais internas, de responsabilidade exclusiva das empresas associadas".
A entidade apresentou a
mesma alegação à Folha ao ser
questionada sobre o fato de os
caminhões, não só os terceirizados como o de usinas, trafegarem nas rodovias com carga
acima da permitido pela legislação. "Peso e velocidade de caminhões canavieiros não são
aspectos que a Unica acompanha, pois são questões operacionais internas de cada empresa", informou a entidade.
Na avaliação do procurador
do Ministério Público do Trabalho Mário Antonio Gomes,
que preside o procedimento relacionado a mortes nas lavouras de cana, as terceirizações e
a precarização das relações de
trabalho no setor de transporte
devem ser discutidas de forma
ampla e não pontual. "Essa é
uma questão que nós teremos
que enfrentar", disse Gomes.
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