Ribeirão Preto, Terça-feira, 09 de Agosto de 2011

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Venda de faróis proibidos continua

Só uma distribuidora comercializou pela internet 403 kits do xênon, vetado desde 7 de junho pelo Contran

Lâmpadas de luzes azuladas podem ofuscar a visão de motoristas; infração grave dá multa e retenção do veículo

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Mesmo proibidos há dois meses pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), os faróis de xênon -lâmpadas de luzes azuladas que podem ofuscar a visão de motoristas- continuam sendo vendidos em lojas de acessórios da capital e de Ribeirão.
Só em uma distribuidora -a Tunning Imports, que vende para todo o Brasil-, foram vendidos pela internet 403 kits do farol desde que a proibição entrou em vigor, em 7 de junho, disse o gerente Anderson Moura, 29.
O dado, segundo ele, não leva em conta os itens vendidos na loja e no atacado.
A resolução do Contran determina que só os carros com o item de fábrica ou que tenham emitido o CSV (Certificado de Segurança Veicular) até 7 de junho poderão circular com o xênon.
Nos demais casos, o uso do farol desse tipo é infração grave e dá multa de R$ 127,69, cinco pontos na carteira e retenção do veículo.
Na JSR Acessórios, na zona oeste de São Paulo, a sócia Sandra Aparecida Moreira, 40, disse que os clientes sabem que é proibido, mas ainda querem o xênon. "Eles dizem que só andam dentro da cidade e, por isso, não serão multados", disse.
De acordo com Coca Ferraz, coordenador do Nest (Núcleo de Estudos de Segurança do Trânsito) da USP de São Carlos, estudos indicam que lâmpadas de luzes ofuscantes, como as de xênon, aumentam em 10% a chance de um acidente.
"Como ofusca a visão do outro motorista, que vem em sentido contrário, o próprio condutor com o xênon pode se envolver no acidente."
Marcus Aguiar, diretor de segurança veicular da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), disse que há diferença na reflexão da luz entre as lâmpada de xênon projetadas na fábrica e aquelas instaladas no lugar da lâmpada halógena.
"O xênon que não é de fábrica, mesmo instalado só no farol baixo, ofusca a visão do motorista porque a cúpula onde a luz reflete não foi projetada para esta intensidade de iluminação", disse.
Além disso, alguns modelos têm sensores que regulam a altura do farol conforme a distância dele ao chão -se passar por uma lombada, por exemplo, a luz baixa a projeção automaticamente.
Em Ribeirão Preto, ao menos sete lojas confirmaram que ainda vendem e montam o acessório, que varia de R$ 133 a R$ 350 o par.
A proibição diminuiu as vendas, mas não acabou com elas, segundo lojistas.
A venda desses faróis é permitida devido à reposição de peças dos carros com o xênon instalado de fábrica.


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