Ribeirão Preto, Terça-feira, 09 de Dezembro de 2008

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Sem-teto invadem área de praça em Ribeirão

As 36 famílias começaram a demarcar o terreno e levantar barracos na sexta

"Não tenho para onde ir. A Dárcy Vera é a prefeita dos pobres e não vai nos expulsar", diz invasor que chegou à área com 7 filhos

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Um grupo de pelo menos 36 famílias de sem-teto invadiu, demarcou território e começou a levantar barracos em uma praça pública do Jardim Progresso, em Ribeirão Preto. Eles chegaram na última sexta-feira ao local e dizem não ter intenção de deixar a área.
O grupo se autodenomina Movimento Livre Nova Ribeirão. Segundo o líder, Marcelo Batista, a área foi escolhida por ser grande e não estar sendo utilizada para nenhum outro fim. Segundo a prefeitura, o espaço é uma área verde que deve abrigar, no futuro, uma praça pública.
"Abrimos cadastro e dividimos a área em 40 lotes. Se o número de famílias cadastradas passar disso, pretendemos procurar outras áreas na cidade. Nossa situação precisa de uma solução", disse Batista, que garante que o movimento é simpático, mas não ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
André Luís da Silva, 38, foi um dos primeiros a chegar, na sexta-feira, com seus sete filhos. Ele foi um dos únicos que levantou barraco, de madeira.
"Não tenho para onde ir. Tenho esperança em ficar aqui. A Dárcy Vera é a prefeita dos pobres e não vai nos expulsar."
Uma reunião hoje, às 9h, na sede da Guarda Municipal, foi marcada na tentativa de obter um acordo entre os manifestantes e a prefeitura. Ontem, 20 guardas civis acompanharam a movimentação na área.
"Se deixarmos acontecer, é mais uma favela que nasce em Ribeirão Preto, assim como na Vianorte e o próprio Jardim Progresso", afirmou o superintendente da Guarda, o major Erick Junqueira.
Na reunião, deve estar presente ainda o secretário de Governo, Rogélio Genari. Ontem, Junqueira e Genari se encontrariam para traçar planos para a negociação. O major criticou a ação dos sem -teto. "Essa é uma estratégia. Eles esperam a troca de governo para tentar ficar na marra. É um problema que ficará para a próxima prefeita."


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