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Sem-teto invadem área de praça em Ribeirão
As 36 famílias começaram a demarcar o terreno e levantar barracos na sexta
"Não tenho para onde ir. A Dárcy Vera é a prefeita dos pobres e não vai nos expulsar", diz invasor que chegou à área com 7 filhos
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um grupo de pelo menos 36
famílias de sem-teto invadiu,
demarcou território e começou
a levantar barracos em uma
praça pública do Jardim Progresso, em Ribeirão Preto. Eles
chegaram na última sexta-feira
ao local e dizem não ter intenção de deixar a área.
O grupo se autodenomina
Movimento Livre Nova Ribeirão. Segundo o líder, Marcelo
Batista, a área foi escolhida por
ser grande e não estar sendo
utilizada para nenhum outro
fim. Segundo a prefeitura, o espaço é uma área verde que deve
abrigar, no futuro, uma praça
pública.
"Abrimos cadastro e dividimos a área em 40 lotes. Se o número de famílias cadastradas
passar disso, pretendemos procurar outras áreas na cidade.
Nossa situação precisa de uma
solução", disse Batista, que garante que o movimento é simpático, mas não ligado ao MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
André Luís da Silva, 38, foi
um dos primeiros a chegar, na
sexta-feira, com seus sete filhos. Ele foi um dos únicos que
levantou barraco, de madeira.
"Não tenho para onde ir. Tenho esperança em ficar aqui. A
Dárcy Vera é a prefeita dos pobres e não vai nos expulsar."
Uma reunião hoje, às 9h, na
sede da Guarda Municipal, foi
marcada na tentativa de obter
um acordo entre os manifestantes e a prefeitura. Ontem, 20
guardas civis acompanharam a
movimentação na área.
"Se deixarmos acontecer, é
mais uma favela que nasce em
Ribeirão Preto, assim como na
Vianorte e o próprio Jardim
Progresso", afirmou o superintendente da Guarda, o major
Erick Junqueira.
Na reunião, deve estar presente ainda o secretário de Governo, Rogélio Genari. Ontem,
Junqueira e Genari se encontrariam para traçar planos para
a negociação. O major criticou a
ação dos sem -teto. "Essa é uma
estratégia. Eles esperam a troca
de governo para tentar ficar na
marra. É um problema que ficará para a próxima prefeita."
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