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Região oferece roteiro gastronômico
Dentre as opções existentes na região de Ribeirão, estão as coxinhas de Bueno de Andrada e a linguiça feita em Dumont
A tradicional Queima do Alho em Barretos, além dos doces e pães de queijo de Ribeirão Corrente também atraem consumidores
LIGIA SOTRATTI
ENVIADA ESPECIAL A BUENO DE ANDRADA
O que faz uma pessoa viajar
40 quilômetros para comer
uma coxinha, facilmente encontrada em qualquer bar da
cidade? E o que motiva um ribeirão-pretano a ir a Dumont
só para comprar linguiça? Nem
os donos dos locais famosos pelo turismo gastronômico da região de Ribeirão Preto sabem
ao certo, mas pequenos negócios que surgiram somente para atender o público local hoje
atraem turistas e movimentam
a economia regional.
Vistosas, as coxinhas feitas
em Bueno de Andrada, distrito
de Araraquara, ficam expostas
em uma estufa no balcão do Bar
e Mercearia Freitas. O local,
que tem mais de 20 anos, começou a produzir o salgado há 10
anos e atrai pessoas da região e
de todo o país. Em um único
fim de semana mais de 2.000
coxinhas são vendidas.
O segredo do sucesso? Segundo o casal que é dono do estabelecimento, Paulo e Sônia
Freitas, é a receita exclusiva.
"Sempre gostei de cozinhar e
trocar ingredientes. A coxinha
surgiu de várias tentativas, mudava o tipo da farinha, temperos, e colocava para ver se agradava", conta Sônia, a "criadora"
da coxinha vendida em Bueno
de Andrada.
A combinação de sabores ganhou notoriedade após uma
crônica feita pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão. "Quando eu fui experimentar era maravilhosa. Fiz uma crônica e,
quando voltei lá, depois de 15
dias, tinha uma fila de pessoas,
foi uma repercussão surpreendente", disse o escritor.
Em visita a São Carlos, a professora baiana Valdinéia Nascimento, 33, foi com a família até
Bueno de Andrada provar a coxinha. "A fama é verdadeira. É
crocante, massa leve, tem um
toque especial.". O filho Marcos
Vinicius, 9, também aprovou.
"É melhor que acarajé", disse.
O professor Sérgio Degrande
Júnior, 50, saiu de Ribeirão e
viajou 20 quilômetros para ir
até a Casa Veronezi comprar a
conhecida linguiça de Dumont.
"Conheço há mais de 20 anos o
produto porque meu pai comprava e venho até hoje."
No cardápio de opções ao
consumidor, tem linguiça com
rúcula, queijo e até damasco. "A
família sempre produziu para
consumo próprio e, conforme
as pessoas iam gostando, isso se
tornou um negócio. Nos últimos anos, investimos na diversidade", disse o proprietário Álvaro Fernandes Veronezi, 44,
um dos fabricantes pioneiros.
Em Barretos, os turistas se
deliciam com a Queima do
Alho, culinária típica do município. "O prato é arroz carreteiro, feijão tropeiro, paçoca e
churrasco. O nome veio de uma
gíria entre os peões e, embora
seja feito em outro lugares, é
tradição da cidade", disse Dorival Gonçalves, um dos coordenadores da competição da
Queima do Alho que é realizada
na Festa do Peão de Barretos e
atrai participantes de diferentes Estados.
Em Ribeirão Corrente, são os
pães de queijo e doces que têm
movimentado a cidade. "Toda
vida eu fiz pão de queijo, aprendi a fazer com minha mãe que
usava receita da minha avó. Fazia nas quermesses, na igreja, e
os amigos começaram a pedir
encomendas. Hoje tenho massa congelada para atender o
pessoal", conta a mineira Vilma
Soares de Araújo.
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