Ribeirão Preto, Domingo, 10 de Janeiro de 2010

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Região oferece roteiro gastronômico

Dentre as opções existentes na região de Ribeirão, estão as coxinhas de Bueno de Andrada e a linguiça feita em Dumont

A tradicional Queima do Alho em Barretos, além dos doces e pães de queijo de Ribeirão Corrente também atraem consumidores

LIGIA SOTRATTI
ENVIADA ESPECIAL A BUENO DE ANDRADA

O que faz uma pessoa viajar 40 quilômetros para comer uma coxinha, facilmente encontrada em qualquer bar da cidade? E o que motiva um ribeirão-pretano a ir a Dumont só para comprar linguiça? Nem os donos dos locais famosos pelo turismo gastronômico da região de Ribeirão Preto sabem ao certo, mas pequenos negócios que surgiram somente para atender o público local hoje atraem turistas e movimentam a economia regional.
Vistosas, as coxinhas feitas em Bueno de Andrada, distrito de Araraquara, ficam expostas em uma estufa no balcão do Bar e Mercearia Freitas. O local, que tem mais de 20 anos, começou a produzir o salgado há 10 anos e atrai pessoas da região e de todo o país. Em um único fim de semana mais de 2.000 coxinhas são vendidas.
O segredo do sucesso? Segundo o casal que é dono do estabelecimento, Paulo e Sônia Freitas, é a receita exclusiva.
"Sempre gostei de cozinhar e trocar ingredientes. A coxinha surgiu de várias tentativas, mudava o tipo da farinha, temperos, e colocava para ver se agradava", conta Sônia, a "criadora" da coxinha vendida em Bueno de Andrada.
A combinação de sabores ganhou notoriedade após uma crônica feita pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão. "Quando eu fui experimentar era maravilhosa. Fiz uma crônica e, quando voltei lá, depois de 15 dias, tinha uma fila de pessoas, foi uma repercussão surpreendente", disse o escritor.
Em visita a São Carlos, a professora baiana Valdinéia Nascimento, 33, foi com a família até Bueno de Andrada provar a coxinha. "A fama é verdadeira. É crocante, massa leve, tem um toque especial.". O filho Marcos Vinicius, 9, também aprovou. "É melhor que acarajé", disse.
O professor Sérgio Degrande Júnior, 50, saiu de Ribeirão e viajou 20 quilômetros para ir até a Casa Veronezi comprar a conhecida linguiça de Dumont. "Conheço há mais de 20 anos o produto porque meu pai comprava e venho até hoje."
No cardápio de opções ao consumidor, tem linguiça com rúcula, queijo e até damasco. "A família sempre produziu para consumo próprio e, conforme as pessoas iam gostando, isso se tornou um negócio. Nos últimos anos, investimos na diversidade", disse o proprietário Álvaro Fernandes Veronezi, 44, um dos fabricantes pioneiros.
Em Barretos, os turistas se deliciam com a Queima do Alho, culinária típica do município. "O prato é arroz carreteiro, feijão tropeiro, paçoca e churrasco. O nome veio de uma gíria entre os peões e, embora seja feito em outro lugares, é tradição da cidade", disse Dorival Gonçalves, um dos coordenadores da competição da Queima do Alho que é realizada na Festa do Peão de Barretos e atrai participantes de diferentes Estados.
Em Ribeirão Corrente, são os pães de queijo e doces que têm movimentado a cidade. "Toda vida eu fiz pão de queijo, aprendi a fazer com minha mãe que usava receita da minha avó. Fazia nas quermesses, na igreja, e os amigos começaram a pedir encomendas. Hoje tenho massa congelada para atender o pessoal", conta a mineira Vilma Soares de Araújo.


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