Ribeirão Preto, Sexta-feira, 10 de Abril de 2009

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Credora retira mais açúcar e Albertina diz que vai sobrar 45%

Empresa de Sertãozinho reafirma que vai pagar o que deve aos funcionários

JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A Crescera Finance Company, credora da Usina Albertina, de Sertãozinho, retirou ontem mais 75 toneladas de açúcar da usina, amparada por uma ordem judicial. A empresa tem direito a retirar a retirar 9,7 mil toneladas. Segundo a Albertina, esse estoque é avaliado em cerca de R$ 10 mi.
O açúcar requisitado pela Crescera equivale a 55% do atual estoque da Albertina, segundo sua assessoria de imprensa. Os 45% restantes são suficientes para honrar as dívidas com seus trabalhadores.
A assessoria contestou a posição do diretor do Sindicato da Alimentação de Sertãozinho, Mauro Bissi, que afirmou anteontem que, com a retirada do açúcar, teriam acabado as chances de os trabalhadores receberem os salários que estão atrasados desde dezembro.
De acordo com a Albertina, a empresa espera a assembleia com os credores, marcada para o dia 23, para fazer um acordo e liberar seu estoque de açúcar. Desde dezembro, a pedido de outro credor, o açúcar da usina está embargado pela Justiça.
Para Bissi, a retirada do açúcar pela Crescera mostra que o resultado da assembleia pode não ser favorável aos trabalhadores. "Se um dos credores que vai estar na reunião já entrou na Justiça para começar a tirar o açúcar, o que vai sobrar?"
O sindicalista disse ainda que as promessas de pagamentos aos trabalhadores vêm sendo descumpridas pela usina.
Segundo a assessoria de imprensa da Albertina, as datas informadas aos trabalhadores eram baseadas em decisões judiciais, que mudaram ao longo do processo. Por causa do embargo às 350 mil sacas de açúcar no início de dezembro de 2008, a empresa diz ter ficado sem fluxo de caixa para pagar os funcionários. Por isso, entrou com um pedido de recuperação judicial e espera a adesão dos credores ao plano para reiniciar suas atividades no próximo dia 4 e pagar o que deve aos funcionários.
A empresa afirma ainda estar contestando na Justiça a retirada de açúcar pela Crescera.


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