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Mecanização avança e reduz queimadas no corte da cana
Na safra passada, índice de colheita sem fogo foi 56,4%, ante 48,9% em 2008
Com 61,4% de colheita sem queima, a região de Barretos foi a que teve
o mais alto índice de mecanização no Estado
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O volume de cana-de-açúcar
colhido na região na safra passada sem o uso de queimadas
cresceu na comparação com a
temporada anterior.
Nos canaviais existentes nas
regiões administrativas de Ribeirão Preto, Barretos, Franca
e Central (São Carlos e Araraquara), do total de 1,374 milhão
de hectares de cana que foram
colhidos na safra 2009/2010,
775.861 hectares ou 56,4% não
foram alvos de queimadas.
Na temporada anterior
(2008/2009), o percentual de
cana colhida de forma mecanizada, sem a queima, havia sido
de 48,9% na região.
Os números são do Canasat,
projeto desenvolvido pelo Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que monitora os
canaviais com satélites.
O percentual de colheita mecanizada na região é um pouco
superior ao registrado no Estado de São Paulo, onde, segundo
o Canasat, o índice foi de 55,7%
na safra 2009/2010. Os 44,3%
restantes foram alvos de queimadas -o fogo elimina a palha
e facilita o corte manual.
Segundo o Inpe, foi a primeira vez, nos últimos quatro anos,
que o percentual de cana colhida sem queimadas superou o da
colhida com uso do fogo.
A mecanização e a consequente redução do fogo nos canaviais têm aumentado com a
proximidade dos prazos previstos no chamado Protocolo Ambiental assinado entre o governo do Estado e as usinas.
O protocolo prevê a eliminação das queimadas até 2014 em
áreas mecanizáveis e até 2017
nas não mecanizáveis.
Para o gerente do projeto
Etanol Verde da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo), Ricardo Viegas, que
coordena o Protocolo Ambiental, os índices de eliminação de
queimadas da safra passada estão dentro do esperado. "A expectativa é que neste ano o
avanço seja maior", afirmou.
A região administrativa de
Barretos foi a que apresentou o
melhor nível de mecanização
em todo o Estado, com 61,4%
de colheita sem queima. Em segundo ficou a região Central
(São Carlos e Araraquara), com
61,2%. A região de Ribeirão
atingiu índice de 56,6% e a de
Franca, 51,2%.
Algumas usinas da região já
atingiram patamares bem superiores, como a Usina Batatais, que nesta safra espera colher 86% de cana de forma mecanizada. "Há mais de dez anos
a gente vem mecanizando", disse o diretor agrícola da usina,
José Marcos Jorgi. Na unidade
de Lins o índice já é de 100%.
O pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola)
Sérgio Alves Torquato disse
que o índice de mecanização é
maior, o avanço ocorre graças a
investimentos mais antigos das
usinas. "Há empresas que mecanizaram há mais tempo."
Os piores desempenhos no
Estado foram das regiões de
Presidente Prudente e Marília,
com índices de 49,2% e 43,7%,
respectivamente.
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