Ribeirão Preto, Segunda, 11 de janeiro de 1999

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NEGÓCIOS
Para competir no mercado globalizado, famílias da região de Ribeirão Preto aliam investimentos e coragem
Empresas familiares desafiam a crise

da Folha Ribeirão

Empresas familiares da região de Ribeirão Preto estão superando a crise financeira com receitas caseiras e programando investimentos para este ano.
A principal arma dessas empresas contra a crise, segundo seus diretores, é o planejamento estratégico e a coragem para investir.
Para Jonatas de Almeida Soares Neto, diretor de concessões do grupo Leão & Leão, as empresas que conseguiram vencer foram as que arriscaram. "Quem ficou com medo acabou sendo afogado pela crise", disse.
Fundada em 61 por Manoel Ferreira Leão Neto, na época empresário da construção civil, o grupo emprega hoje 2.300 funcionários em diferentes áreas.
No ano passado, o grupo assumiu várias obras do governo do Estado, assinando um contrato de R$ 28 milhões para a construção de pontes e viadutos.
O grupo criou a Triângulo do Sol, empresa que administra o quarto maior lote de rodovias do Estado por meio de concessão, programando investimentos de R$ 500 milhões em 20 anos.
"A empresa ainda consegue ser administrada familiarmente mesmo com toda a expansão. A família dá poderes a outras pessoas, mas continua acompanhando tudo de perto", disse Soares Neto.
Para este ano, a empresa pretende dobrar o faturamento de 98, que foi de R$ 100 milhões, investindo em lotes de rodovias federais e em obras de saneamento.
Outra empresa que venceu a crise e pretende fazer altos investimentos é a Fri-Ribe, de Pitangueiras, que fabrica insumos e rações para animais desde 73.
Além de abrir sua quinta fábrica, em Lavras (MG), a empresa cresceu 7% na área de insumos e 20% na de rações.
"O segredo é dar participação nos lucros para os funcionários e trabalhar com capital próprio. Em tempos de crise como agora, a empresa capitalizada cresce, enquanto as que trabalham com financiamento param", disse Hugo Cagno Filho, 46, diretor comercial e coordenador-geral da empresa.
Segundo ele, que lançou um livro sobre as mudanças na gestão empresarial, a coragem da empresa foi fundamental para vencer a crise.
"Esperamos faturar R$ 50 milhões em 99, incluindo a ampliação da produção das fábricas e investimentos em marketing."
As redes familiares de supermercados também estão competindo de igual para igual com gigantes do porte de Carrefour e Wal Mart.
"Abrimos nossa décima loja com investimentos de R$ 2,5 milhões só na estrutura, gerando 150 empregos diretos, e outras duas novas lojas estarão prontas em 99", disse Sebastião Edson Savegnago, 39, proprietário da rede Savegnago, de Sertãozinho.



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