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Ex-cortador aluga quartos para outros migrantes em Barrinha
Silva Junior/Folha Imagem
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Maria Rosário espera o marido na república de cortadores de cana em Barrinha, que tem 19 cômodos divididos por um corredor
DA ENVIADA A BARRINHA E SERRANA
Joaquim Berado de Souza,
59, aposentou-se após "fazer 37
safras" na região. Há 25 anos, o
migrante de Minas comprou
um terreno em Barrinha e
construiu 19 cômodos para alugar a trabalhadores da cana.
O ex-cortador ocupa três cômodos com a filha. Os moradores dos 16 cômodos restantes
dividem três banheiros. O aluguel sai por R$ 100. "Eu arrumo
tudo: móvel, fogão e botijão de
gás." Botijão, aliás, guardado
dentro dos cômodos -o que
Souza promete mudar.
A maranhense Maria do Rosário Barros, 31, vive com o marido e dois filhos em dois quartos. Ela deixou a casa em São
Bento -"grande, cinco cômodos, banheiro dentro". Para não
depender dos três banheiros
coletivos, pede para tomar banho na "casa" do senhorio.
Em Serrana, o pernambucano José Walmir da Silva, 19, vive com a família de sua namorada (11 pessoas) em um salão
onde antes era um bar -a proprietária mora em cima.
Os móveis, cedidos pela dona, dividem o espaço em "cômodos". Silva diz que está procurando outro local para morar. "É muita gente para ficar só
nesse espaço."
O aposentado João Gonçalves da Costa, 53, criou moradias em seu terreno. O salão
embaixo de sua casa, um antigo
bar, virou duas casas. O imóvel
ao lado tem mais três quartos e,
ao fundo, há seis cômodos, com
dois banheiros. "Ouvi falar que
vão pegar no pé. Se pedirem,
adapto, mas preciso de prazo."
Francisca Pinheiro, 28, e Edinaldo da Conceição, 28, moram
em um dos quartos. Ela diz se
incomodar de ter de dividir o
banheiro com homens.
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