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Franca quer perdoar 87 mil dívidas de até R$ 100 cada
"Anistia" envolve um total devido à prefeitura de aproximadamente R$ 3,6 mi
De acordo com o governo, "perdão" vai beneficiar quem deve valores cuja cobrança não compensa
os custos judiciais gerados
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Franca prepara um projeto para perdoar
87 mil registros de dívidas com
valores unitários que não ultrapassam R$ 100. De acordo com
o secretário da Administração
da cidade, Jerônimo Sérgio
Pinto, as 87 mil dívidas totalizam cerca de R$ 3,6 milhões.
O secretário disse que, caso a
prefeitura recorresse à Justiça
para cobrar esses valore, gastaria cerca de R$ 8 milhões só
com as custas processuais. "O
custo da cobrança supera o valor da dívida, por isso não é uma
ação financeira, mas, sim, administrativa, para tornar mais
eficaz o trabalho da prefeitura."
Segundo ele, o perdão das dívidas de baixo valor também
permitirá à prefeitura focar a
cobrança dos grandes devedores. Enquanto o total de 87 mil
lançamentos soma R$ 3,6 milhões, o secretário disse que
apenas 52 contribuintes devem
para a Prefeitura de Franca,
juntos, R$ 20 milhões.
Antes de encaminhar o projeto de lei prevendo o perdão da
dívida para a Câmara, o secretário disse que vai propor ao
prefeito Sidnei Franco da Rocha (PSDB) a criação de uma
comissão para avaliar a situação da dívida ativa.
Essa comissão, formada por
representantes das secretarias
da Administração, Jurídica e
Finanças, vai avaliar quais dívidas podem ser perdoadas, cuja
cobrança judicial é inviável, seja por causa do valor baixo ou
pelo fato de o devedor não ter
bens que possam ser penhorados pela Justiça.
Para o vereador Silas Cuba
(PT), que integra a oposição em
Franca, se o projeto for beneficiar apenas pequenos devedores, é válido. Entretanto, Cuba
afirmou que quer avaliar o projeto assim que ele chegar ao Legislativo, para que a proposta
não beneficie contribuintes
que não precisam do perdão da
dívida. "É preciso ter cautela,
conhecer o projeto e ver se não
está inserido nele algo para
anistiar quem não deve ser
anistiado", afirmou.
A medida adotada em Franca
não é novidade na região. Em
2008, em Ribeirão Preto, foi
aprovado o congelamento de
dívidas de valor mais baixo.
Em Araraquara, no ano passado, mudanças no Código Tributário tiveram o objetivo de
cancelar "créditos podres" da
dívida ativa, beneficiando principalmente pequenos devedores cujo valor não compensaria
a cobrança judicial.
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