Ribeirão Preto, Domingo, 11 de Abril de 2010

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Casal de cadeirantes se chama de "cúmplice" e diz que vida sexual melhorou

DA FOLHA RIBEIRÃO

O carinho transbordava a cada gesto ou palavra utilizada para falar da vida conjugal. Juntos há oito anos, Sônia Maria Soranzo, 50, e Jeferson Andrade, 45, ambos cadeirantes, se conheceram por meio de um amigo. Sônia foi à Cava do Bosque ver o treino do time de basquete em que Jeferson jogava. Após uma amizade -e paquera- de quatro meses, o relacionamento começou.
"O dia em que eu o conheci, peguei a cadeira dele emprestada para ver a partida e ele estava na especial para jogar. Naquele dia, furei o pneu dele. Que vergonha! A primeira vez e acontece isso", lembra.
O receio logo passou e, no mesmo ano, os dois se tornaram um casal -"cúmplices", como gostam de salientar. O companheirismo conduziu a intimidade do casal.
"Tudo sempre foi com diálogo, para respeitar os limites do outro, saber o que agrada. A base é o amor e o resto foi fluindo, aconteceu naturalmente", conta Sônia, que sofreu paralisia infantil.
Jeferson é cadeirante desde os 16 anos, quando teve meningite. Na comparação com a vida antes e depois, ele disse que o sexo ganhou qualidade. "Os valores mudam. Valorizo coisas que, quando era andante, não dava importância. Isso em todas as áreas." Para ele, foi bom se relacionar com alguém com a mesma deficiência. "Alguém que anda não compreenderia a minha rotina."


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