Ribeirão Preto, Quarta-feira, 11 de Maio de 2011

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Estado de SP registra onda de explosões a caixas eletrônicos

Contra ações desse tipo, bancos instalam dispositivo de segurança que marca notas com tinta

Na região de Ribeirão, segundo a polícia, não há registro de casos do gênero -só roubos com furadeira ou maçarico


LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Uma onda de ataques com explosivos a caixas eletrônicos de instituições bancárias vem sendo registrada no Estado -principalmente na Grande São Paulo e na região de Campinas.
A instalação de caixas eletrônicos mais resistentes, que suportam ao ataque de maçaricos, é apontada como um dos motivos para o recente uso de explosivos.
Outra causa para a onda de ataques, segundo delegados ouvidos pela Folha, é a instalação, por parte dos bancos, de dispositivos que marcam as notas com tinta e incineram o dinheiro em caso de explosões.
Segundo os delegados, esse reforço na segurança pode ter disparado uma "corrida" dos bandidos ao crime, na tentativa de encontrar caixas sem os dispositivos e furtar enquanto ainda é possível.
A TecBan, da rede Banco 24 Horas, afirma que 36 de seus caixas eletrônicos foram alvos de ataques neste ano no país -a maioria dos casos, diz, ocorreu no Estado.
Já a Polícia Civil de Campinas fala em ao menos 20 casos desse tipo na região. A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que não tem estatísticas específicas de ataques aos caixas (os casos são registrados como furto ou roubo).
As instituições financeiras também não falam em valores que já foram levados pelos criminosos.
Porém, o titular da delegacia especializada de roubo a bancos da capital, Roberto Cerri Maio, diz que houve alta nos casos com explosivos.
"Antes, era mais o uso do maçarico e outras modalidades."
Ontem, mais um caso foi registrado na Grande São Paulo. Criminosos explodiram caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil em Cajamar, por volta das 3h. A explosão destruiu parte da agência.
Há registros de casos em ao menos outras 14 cidades da Grande São Paulo, segundo levantamento da Folha.
Segundo Maio, há dois tipos de grupos atuando. No primeiro, são quadrilhas especializadas. O outro grupo é formado por "aventureiros".
Isso fica claro, diz o delegado, em casos onde há uso excessivo de explosivos.

"CÉLULAS INTERLIGADAS"
Na região de Campinas, a polícia afirma acreditar na existência de quadrilhas com células interligadas.
Isso porque os casos ocorreram em cidades próximas, como Campinas, Hortolândia e Sumaré, ou em Serra Negra e Monte Alegre do Sul, no Circuito das Águas.
O Nordeste brasileiro também registra casos como esses desde 2010. Por isso, em busca de informações que levem à prisão de uma quadrilha, foi lançada uma campanha em PE oferecendo R$ 10 mil como recompensa.
Em 2010, ao menos 40 ataques a terminais bancários foram registrados apenas em Pernambuco. Neste ano, segundo José Cláudio Coelho Nogueira, delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos, foram nove.

RIBEIRÃO
Na região de Ribeirão, de acordo com a Polícia Civil, ainda não há registro de uso de explosivos em ataques a caixas eletrônicos -só de casos com furadeiras, pés de cabra e maçaricos.
Na madrugada do último domingo, por exemplo, dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil foram arrombados dentro do campus da USP.

Colaborou MARTHA ALVES, de São Paulo


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