Ribeirão Preto, Quinta-feira, 11 de Junho de 2009

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Álcool derruba a inflação em Ribeirão

IPC/Fipe de maio, de 0,15%, é o menor desde agosto do ano passado na cidade

Apesar da deflação, produtos como o leite tiveram reajuste no mês passado, impedindo que a queda fosse ainda maior


JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A queda no preço do álcool levou o IPC/Fipe de Ribeirão Preto ao seu patamar mais baixo desde agosto do ano passado. A deflação verificada no período, de 0,15%, poderia ser ainda menor não fosse o aumento expressivo de itens como o leite, que subiu 11,5%.
A variação negativa do álcool levou os preços relacionadas ao transporte a ter a queda de 0,18%, a maior entre os sete grupos que compõem o índice.
O setor de transporte tem o terceiro maior peso na composição do IPC, atrás de alimentação e habitação. Por causa do leite, a alimentação teve a maior alta no mês, 0,11%.
O cenário de estabilidade ou queda nos preços é bom para os consumidores, mas não para a economia, de acordo com Rudinei Toneto Júnior, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP Ribeirão. "Sinaliza a paralisação da atividade econômica. Como as pessoas estão comprando menos, o preço não pode subir."
Pesquisador da cadeia leiteira do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, Gustavo Beduschi afirmou que o volume de leite é, historicamente, menor em maio, por causa da entressafra. Este ano, contudo, o volume entregue à indústria foi ainda menor, já que os preços baixos pagos aos produtores desestimularam os investimentos no setor.
De acordo com Beduschi, esse desajuste entre oferta e demanda causou o aumento, repassado principalmente para o leite integral -vendido em embalagens longa vida.
Outro impacto deve vir de aumentos programados para os próximos meses, de preços controlados, como passagem de ônibus e planos de saúde, segundo a economista do Nepe (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas) Andréa Tonani. Mas ela pondera que a queda na cotação do diesel pode ajudar a segurar o avanço da inflação, já que o combustível influencia no preço dos fretes.


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