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Taxa a sapato chinês anima indústria de Franca
Decisão da Camex faz importadores assediarem fábricas do polo francano
Para o sindicato das indústrias, medida vai beneficiar especialmente pequenos e médios empresários da cidade
DA FOLHA RIBEIRÃO
A decisão da Camex (Câmara
de Comércio Exterior), que determina a sobretaxação provisória de US$ 12,47 para cada
par de sapato fabricado na China que entre no Brasil, já reflete
na indústria de Franca, principal polo produtor de calçados
masculinos do país.
Segundo José Carlos Brigagão do Couto, presidente do
Sindifranca (Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca), as fábricas do município já
estão sendo procuradas por importadores de calçados, que devem optar pelo fim das negociações com a China e passar a
produzir os pares no Brasil.
"Quem importava sapato
quer fabricar em Franca. Isso já
vem acontecendo há dias, pois
essa decisão de ontem já era
aguardada. A repercussão agora aumentou", afirmou o empresário, que vê na decisão divulgada anteontem uma "grande esperança" ao setor.
"Agora, nós vamos nivelar a
competitividade com o calçado
chinês. Nossa indústria será
bastante beneficiada, pois a
medida vai atingir, principalmente, as micro e pequenas indústrias. E 90% do setor calçadista de Franca é formado por
micro e pequenas indústrias."
A medida terá validade de
seis meses, mas o processo que
definirá uma alíquota definitiva deve ser encerrado antes do
prazo. Brigagão disse que o setor continuará brigando para
impor um protecionismo ainda
maior -pedem taxação de US$
25 por par de sapato.
"Com as mudanças feitas ontem [anteontem], já esperamos
um aquecimento das contratações a curto e médio prazo. Mas
não tenho dúvidas de que, com
medidas mais severas à importação da China, a indústria de
Franca vai atingir o mesmo patamar de produção que tinha
durante a década de 80", disse.
O presidente da Opananken,
Geraldo Ribeiro Filho, aguarda
um aumento da produção a
média prazo. "Nós produzimos
de 500 a 600 pares por dia. A fábrica está pronta para produzir
até mil pares por dia. É o que
esperamos", disse.
(LUCAS REIS)
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