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Após 2 meses, Ribeirão volta a ter inflação
Segundo o IPC/Fipe/Moura Lacerda, taxa foi de 0,40% em outubro, quase o dobro da verificada no mesmo mês de 2007
Alimentos foram o grande responsável pelo índice, com os dez produtos que mais contribuíram para que ocorresse a inflação
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A variação cambial provocada pela crise financeira e o período de entressafra alavancaram o preço dos alimentos e,
conseqüentemente, contribuíram para a inflação registrada
em outubro em Ribeirão Preto,
segundo o IPC/Fipe/Moura
Lacerda, divulgado ontem.
A cidade teve inflação de
0,40%, interrompendo dois
meses consecutivos de deflação. E, assim como vinha ocorrendo no primeiro semestre, os
alimentos foram os vilões: sozinhos, eles levaram o índice a
0,46% (o índice final ficou menor por conta dos setores que
tiveram queda) e foram responsáveis pelos dez principais
produtos que contribuíram para a inflação na cidade.
A taxa de outubro deste ano
foi quase o dobro da verificada
em outubro de 2007: 0,22%. O
pão francês sofreu a maior variação positiva: 3,10%. "O preço
da farinha subiu. Há dois meses, a gente pagava R$ 55 pelo
saco de 50 kg. Hoje está R$ 68",
disse o confeiteiro Luís Alfredo
Fracarozi, gerente da padaria
Nosso Pão, no centro da cidade.
Segundo Andréia Tonani,
coordenadora do Nepe (Núcleo
de Estudos e Pesquisas Econômicas), o aumento dos preços
dos alimentos tem duas explicações: a alta do dólar, motivada pela crise mundial, que atinge principalmente as matérias-primas, e a entressafra, que faz
com que determinados alimentos fiquem escassos no mercado interno.
"A inflação do pãozinho foi
maior que o índice geral registrado. O pão está ligado ao preço do trigo, um dos produtos
contaminados pela alta do dólar. E outros produtos, como
arroz, feijão e batata e as carnes
vermelhas, apresentam maior
indisponibilidade interna em
razão da entressafra", disse.
Carros
Apesar do aumento do valor
da moeda americana, o preço
de carros novos sofreu deflação
de 0,37%. A explicação, segundo economistas, está na redução da oferta de crédito para a
compra de veículos.
"Com menos crédito, está se
vendendo menos veículos.
Com essa queda, as montadoras tentam compensar baixando o preço", disse Luiz Guilherme Scorzafave, professor da
Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto.
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