Ribeirão Preto, Terça-feira, 11 de Novembro de 2008

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Após 2 meses, Ribeirão volta a ter inflação

Segundo o IPC/Fipe/Moura Lacerda, taxa foi de 0,40% em outubro, quase o dobro da verificada no mesmo mês de 2007

Alimentos foram o grande responsável pelo índice, com os dez produtos que mais contribuíram para que ocorresse a inflação


LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A variação cambial provocada pela crise financeira e o período de entressafra alavancaram o preço dos alimentos e, conseqüentemente, contribuíram para a inflação registrada em outubro em Ribeirão Preto, segundo o IPC/Fipe/Moura Lacerda, divulgado ontem.
A cidade teve inflação de 0,40%, interrompendo dois meses consecutivos de deflação. E, assim como vinha ocorrendo no primeiro semestre, os alimentos foram os vilões: sozinhos, eles levaram o índice a 0,46% (o índice final ficou menor por conta dos setores que tiveram queda) e foram responsáveis pelos dez principais produtos que contribuíram para a inflação na cidade.
A taxa de outubro deste ano foi quase o dobro da verificada em outubro de 2007: 0,22%. O pão francês sofreu a maior variação positiva: 3,10%. "O preço da farinha subiu. Há dois meses, a gente pagava R$ 55 pelo saco de 50 kg. Hoje está R$ 68", disse o confeiteiro Luís Alfredo Fracarozi, gerente da padaria Nosso Pão, no centro da cidade.
Segundo Andréia Tonani, coordenadora do Nepe (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas), o aumento dos preços dos alimentos tem duas explicações: a alta do dólar, motivada pela crise mundial, que atinge principalmente as matérias-primas, e a entressafra, que faz com que determinados alimentos fiquem escassos no mercado interno.
"A inflação do pãozinho foi maior que o índice geral registrado. O pão está ligado ao preço do trigo, um dos produtos contaminados pela alta do dólar. E outros produtos, como arroz, feijão e batata e as carnes vermelhas, apresentam maior indisponibilidade interna em razão da entressafra", disse.

Carros
Apesar do aumento do valor da moeda americana, o preço de carros novos sofreu deflação de 0,37%. A explicação, segundo economistas, está na redução da oferta de crédito para a compra de veículos.
"Com menos crédito, está se vendendo menos veículos. Com essa queda, as montadoras tentam compensar baixando o preço", disse Luiz Guilherme Scorzafave, professor da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto.


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