Ribeirão Preto, Terça-feira, 11 de Novembro de 2008

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Começa a demolição dos galpões da Cianê

Imóveis abandonados há 20 anos vão dar lugar a 4 prédios residenciais; parte do terreno foi tombada

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A incorporadora Bild Desenvolvimento Imobiliário iniciou na última quarta-feira a demolição dos galpões da Cianê, antiga tecelagem construída no bairro Campos Elíseos, em Ribeirão Preto, que pertenceu à família Matarazzo entre 1945 e 1981. A área, que passou mais de duas décadas abandonada, vai dar lugar a quatro prédios.
Parte do terreno, que não pertence à incorporadora, foi tombado pelo patrimônio histórico e por força de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual deve ser transformado em sede do Arquivo Histórico Municipal, que hoje funciona em um imóvel alugado no bairro Jardim Paulista.
Segundo o presidente do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto), Gilberto Pinhata, e o secretário de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão, Marcos Spínola de Castro, a demolição está regular. Entretanto, ainda não há definição sobre o que será feito com a área tombada.
"Nós concluímos o projeto que prevê a construção de um centro administrativo e do arquivo histórico e enviamos à Secretaria de Obras há cerca de cem dias", disse Spínola. A Folha não conseguiu falar ontem com o secretário de Obras Públicas, Wilson Laguna.
A aprovação do empreendimento pelo Conppac aconteceu em julho, após quatro meses de discussão. A questão mais polêmica envolvia a distância entre as torres residenciais e o prédio da Cianê, que no projeto inicial era de 30 metros. A construtora alterou o estudo de viabilidade de acordo com as exigências dos conselheiros e aumentou a distância para 50 metros.
De acordo com Rodrigo Villas Boas, diretor de Incorporações da Bild, todas as exigências feitas pelo Conppac e pelo Planejamento estão sendo respeitadas e a construção dos prédios, voltados à classe média, poderá estimular a revitalização do imóvel tombado.
"Entre a área do empreendimento e o imóvel tombado existe outro terreno nosso, onde não vamos construir. Acho que a revitalização imobiliária da área poderá até estimular o poder público a fazer mudanças no patrimônio tombado."


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