Ribeirão Preto, Terça-feira, 11 de Novembro de 2008

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Ex-tecelã da Cianê chora ao ver demolição

DA FOLHA RIBEIRÃO

A aposentada Clarice Lago de Araújo, 73, chorou ontem de manhã ao ver as duas máquinas que demoliam os galpões da antiga Cianê, fábrica onde a ex-tecelã trabalhou entre 1949 e 1979. Ela não se conformava com a destruição das construções, mesmo sabendo que por 20 anos os galpões permaneceram totalmente abandonados.
"Quem não esteve lá dentro não sente nada, mas eu sinto. Mais de 3.000 pessoas trabalharam lá. Eles não podiam fazer isso. Deviam deixar tudo como está, pré-histórico (sic)", afirmou.
Na travessa onde a aposentada mora hoje, no Campos Elíseos, a alguns quarteirões da área da antiga Cianê, pelo menos três casas foram construídas por antigos funcionários da tecelagem. "Tudo o que eu tenho eu consegui trabalhando lá", disse.
Em contrapartida, Vicente Bertanha Neto, 57, dono de uma barraca de água-de-coco instalada na calçada do terreno da antiga tecelagem, comemorou a iniciativa. "Faz oito anos que eu estou aqui e já vi de tudo nesse lugar. Droga, gente dormindo, bandidagem. Enquanto não colocaram segurança, era só isso. Agora, deve melhorar."


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