Ribeirão Preto, Quarta-feira, 12 de Maio de 2010

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Contratos fraudados superam R$ 500 mil

Valores foram descobertos em depoimentos de presos na Operação Cartas Marcadas, em Bebedouro

HÉLIA ARAUJO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O valor das licitações de obras fraudadas por uma quadrilha de empresários e funcionários da Prefeitura de Bebedouro ultrapassa os R$ 500 mil, segundo o Ministério Público.
A Promotoria informou que os valores de pelo menos cinco licitações variam entre R$ 32 mil e R$ 149 mil, mas muitas outras podem ter feito parte do esquema que direcionava as empresas ganhadoras.
As informações foram descobertas nos depoimentos dos 15 presos na Operação Cartas Marcadas. Todos os envolvidos foram presos, ouvidos e liberados -entre eles cinco funcionários da prefeitura.
O prefeito João Batista Bianchini (PV), o Italiano, disse não saber se os funcionários investigados voltariam aos cargos. Italiano não foi investigado durante a operação, mas a polícia não descarta sua participação no esquema de fraudes.
Segundo a Promotoria, o grupo de empresários combinava com antecedência qual seria a empresa vencedora das licitações. Para isso, o sistema dependia da participação de funcionários públicos.
O Ministério Público diz que o principal responsável pelo acerto era o presidente a Comissão Municipal de Licitações Gelson Ginetti, que combinava com os empresários da construção civil quais seriam as firmas convidadas.
Ginetti e os outros quatro funcionários da prefeitura receberiam uma porcentagem em cima de cada licitação direcionada- os valores desviados não foram revelados.
As investigações também mostram que a Construtora Barbosa, criada em fevereiro de 2009 pelo professor Roberto César Barbosa e sem nunca ter atuado no ramo da construção civil, em poucos meses já era vencedora de várias licitações. Os contratos para a execução das obras variavam entre R$ 32 mil e R$ 149 mil.
Já a DLR Construtora foi aberta pelo mestre de obras Dorival Hernandes Júnior em março do ano passado, e, em seguida, venceu a licitação para realizar obras no Cemitério Municipal São João Batista, no valor de R$ 149 mil.
O promotor Leonardo Leonel Romanelli afirmou que as investigações continuam. Ontem, a Folha não conseguiu ouvir os envolvidos no caso.


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