Ribeirão Preto, Quarta-feira, 12 de Maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Câmara barra de novo aumento de médicos

Vereadores abandonam plenário na hora da votação do reajuste do prêmio-incentivo, que pode chegar a R$ 1.800

Servidores lotaram a Câmara para pressionar os vereadores a rejeitar o projeto de Dárcy; médicos podem decretar greve


DA FOLHA RIBEIRÃO

Em sessão tumultuada, com direito a "apitaço" na plateia e presença de policiais militares, os vereadores de Ribeirão Preto barraram ontem à noite o projeto do governo que beneficia médicos e dentistas.
O texto concede reajuste do prêmio-incentivo a esses profissionais da rede municipal de Saúde. O valor atual de R$ 800 pode chegar a R$ 1.800.
Foi a segunda derrota consecutiva da prefeita Dárcy Vera (DEM) na questão. Na semana passada, os vereadores alegaram falta de parecer das comissões de Justiça e Finanças para não votar o projeto.
Ontem, depois de ver derrotada a tentativa de barrar a urgência da votação do projeto, um grupo de vereadores deixou o plenário como forma de protesto. Sem quorum, o presidente da Casa, Cícero Gomes da Silva (PMDB), precisou encerrar a sessão, mantendo o projeto na pauta de amanhã.
A expectativa era que o projeto seria aprovado, já que a prefeita tem maioria na Câmara e pediu o apoio dos aliados.
Alguns vereadores da coligação que elegeu a prefeita, como Samuel Zanferdini (PMDB), Oliveira Júnior (PSC) e Capela Novas (PPS) votaram contra a urgência. Eles alegaram que a prefeita precisava discutir melhor o assunto e tratar todos os servidores da mesma forma, ou seja, dar o prêmio a todos.
Os servidores comemoraram o adiamento. Já os médicos ficaram irritados. Hoje, a categoria faz assembleia para discutir se entra em greve.
Segundo Marco Aurélio de Almeida, presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo) em Ribeirão, o número de profissionais que ameaça deixar a prefeitura chega a 75 -o total é 650.
"Infelizmente, a população vai sentir quando começar a morrer mais gente do que morria", disse Almeida. Na avaliação dele, a greve é inevitável.
"Só se o pessoal for muito pacato. O salário é uma miséria e trabalhar na rede de Ribeirão é pauleira. É um Vietnã", disse.
A Folha tentou ouvir Dárcy ontem, mas ela estava fora da cidade e, segundo a assessoria, não poderia comentar o assunto. Já o vereador Marcelo Palinkas (DEM), líder do governo na Câmara, não atendeu às ligações da reportagem. (VERIDIANA RIBEIRO E LEONARDO LÉLLIS)


Texto Anterior: Acordo vai reduzir ruído de trem na área urbana de Araraquara
Próximo Texto: Contratos fraudados superam R$ 500 mil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.