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Câmara barra de novo aumento de médicos
Vereadores abandonam plenário na hora da votação do reajuste do prêmio-incentivo, que pode chegar a R$ 1.800
Servidores lotaram a Câmara para pressionar os vereadores a rejeitar o projeto de Dárcy; médicos podem decretar greve
DA FOLHA RIBEIRÃO
Em sessão tumultuada, com
direito a "apitaço" na plateia e
presença de policiais militares,
os vereadores de Ribeirão Preto barraram ontem à noite o
projeto do governo que beneficia médicos e dentistas.
O texto concede reajuste do
prêmio-incentivo a esses profissionais da rede municipal de
Saúde. O valor atual de R$ 800
pode chegar a R$ 1.800.
Foi a segunda derrota consecutiva da prefeita Dárcy Vera
(DEM) na questão. Na semana
passada, os vereadores alegaram falta de parecer das comissões de Justiça e Finanças para
não votar o projeto.
Ontem, depois de ver derrotada a tentativa de barrar a urgência da votação do projeto,
um grupo de vereadores deixou
o plenário como forma de protesto. Sem quorum, o presidente da Casa, Cícero Gomes da
Silva (PMDB), precisou encerrar a sessão, mantendo o projeto na pauta de amanhã.
A expectativa era que o projeto seria aprovado, já que a
prefeita tem maioria na Câmara e pediu o apoio dos aliados.
Alguns vereadores da coligação que elegeu a prefeita, como
Samuel Zanferdini (PMDB),
Oliveira Júnior (PSC) e Capela
Novas (PPS) votaram contra a
urgência. Eles alegaram que a
prefeita precisava discutir melhor o assunto e tratar todos os
servidores da mesma forma, ou
seja, dar o prêmio a todos.
Os servidores comemoraram
o adiamento. Já os médicos ficaram irritados. Hoje, a categoria faz assembleia para discutir
se entra em greve.
Segundo Marco Aurélio de
Almeida, presidente do Simesp
(Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo) em Ribeirão,
o número de profissionais que
ameaça deixar a prefeitura chega a 75 -o total é 650.
"Infelizmente, a população
vai sentir quando começar a
morrer mais gente do que morria", disse Almeida. Na avaliação dele, a greve é inevitável.
"Só se o pessoal for muito pacato. O salário é uma miséria e
trabalhar na rede de Ribeirão é
pauleira. É um Vietnã", disse.
A Folha tentou ouvir Dárcy
ontem, mas ela estava fora da
cidade e, segundo a assessoria,
não poderia comentar o assunto. Já o vereador Marcelo Palinkas (DEM), líder do governo
na Câmara, não atendeu às ligações da reportagem.
(VERIDIANA RIBEIRO E LEONARDO LÉLLIS)
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