Ribeirão Preto, Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011

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Mudança de Buratti será monitorada pela Procuradoria

Advogado, que foi para a Itália, é réu por supostas irregularidades em caso de 2003

DE RIBEIRÃO PRETO

O Ministério Público Federal vai monitorar a mudança do advogado Rogério Buratti para a Itália para saber se alguma pendência o impedia de deixar o país.
Como a Folha publicou no último dia 28, o ex-secretário de Governo na primeira gestão de Antonio Palocci Filho na prefeitura (1993-96) e membro da "República de Ribeirão" em Brasília deixou o país e foi para a Europa.
Na ocasião, parentes do advogado em Ribeirão e da mulher dele, Carla Lara Lemos, em Belo Horizonte, confirmaram a mudança. No edifício onde Buratti mantinha escritório na capital mineira, a informação era a de que a sala já estava desocupada. Não havia informações, porém, sobre o destino na Itália. Agora, no Facebook, Buratti diz viver em Milão.
O ex-assessor de Palocci foi um dos pivôs da chamada "máfia do lixo", mas é em outro caso que será acompanhado pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
Desde janeiro, o advogado e outros sete são réus por supostas irregularidades na renovação de contrato, em 2003, entre a Caixa Econômica Federal e a GTech para a gestão do sistema de loterias.
A denúncia do Ministério Público Federal envolve Buratti em um esquema de cobrança de propina para que a GTech conseguisse renovar o contrato com a Caixa.
O Ministério Público Federal diz que vai "acompanhar" a situação de Buratti para saber se houve alguma irregularidade na saída do país -o que, diz o órgão, não é possível afirmar nesse momento.
A Procuradoria informou que vai aguardar o processo voltar do Judiciário para apurar se havia impedimento. No sistema de acompanhamento processual da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, onde corre o processo, a última movimentação do caso é de janeiro, logo após a denúncia ser acolhida.
Além desse caso, Buratti também foi um dos pivôs no escândalo da "máfia do lixo" de Ribeirão. Em 2005, ele acusou Palocci de ter recebido de uma empreiteira uma propina mensal de R$ 50 mil.
O dinheiro, segundo a acusação, serviu para financiar o Diretório Nacional do PT.
Em 2007, Buratti recuou e registrou em cartório a decisão, retirando todas as afirmações de antes. Em junho de 2009, o STF arquivou a denúncia contra Palocci por suposto recebimento de propina. Já em janeiro de 2010, a 4ª Vara Criminal de Ribeirão livrou outros nove acusados de envolvimento no caso.
A Folha não conseguiu ouvir Buratti sobre a sua saída do país. Outros envolvidos no caso GTech também não foram localizados pela reportagem.
(LEANDRO MARTINS)


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