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Ônibus perdem 1 milhão de viagens em 1 ano
Número de passagens vendidas no transporte coletivo de Ribeirão caiu de 54,7 milhões em 2007 para 53,7 milhões neste ano
Um dos principais motivos da queda é a facilidade de compra de carros e motos, diz o superintendente da Transerp, Antonio Muniz
Silva Junior/Folha Imagem
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Em ônibus quase vazio, passageiro observa a passagem de moto e carros na av. Francisco Junqueira, na área central de Ribeirãol
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Em apenas um ano, o transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto perdeu 1 milhão de
viagens: entre 2007 e 2008, o
número de passagens vendidas
caiu de 54,7 milhões para 53,7
milhões, segundo dados da
Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.).
Um dos principais motivos
da queda é a facilidade de compra de carros e motos. Segundo
o Denatran (Departamento
Nacional de Trânsito), as ruas
da cidade ganharam no período
28 mil veículos de passeio -
principalmente carros e motos
(veja quadro nesta página).
"O cidadão que usava ônibus
percebeu que pode comprar o
veículo próprio", disse Antonio
Carlos Muniz, superintendente
da Transerp. "Se a cidade ganhou 10 mil motos, são pelo
menos 20 mil viagens a menos,
por dia, no transporte público."
Para as empresas permissionárias, o sinal amarelo já está
aceso. "Há uma grande preocupação no setor. O total de passageiros está diminuindo, lentamente, mas está diminuindo", disse Carlos Roberto Cherulli, diretor da Transurb (Associação das Empresas de
Transporte Coletivo Urbano).
A solução, segundo ele, é agilizar o percurso do ônibus através de corredores nas vias. "O
cidadão reclama que a viagem
demora demais, mas demora
porque o ônibus pára no trânsito. Precisamos sentar com a
prefeita eleita [Dárcy Vera, do
DEM] e discutir o assunto."
A descentralização dos serviços básicos -agências bancárias e clínicas médicas- também colabora para a queda nas
passagens, afirmam os especialistas. "Hoje qualquer bairro
tem escola, creche, hospital, comércio. O cidadão não precisa
mais ir ao centro da cidade para
isso", disse Cherulli.
Para o professor de engenharia José Bernardes Felex, especialista em transporte, o ribeirão-pretano "está se arranjando". "A população que era cativa do transporte coletivo está
se arranjando para ficar mais
perto do local de trabalho."
Outro ponto que contribui
para a debandada dos usuários,
segundo os próprios passageiros, é o preço da tarifa. Levantamento feito pela ANTP (Associação Nacional de Transportes
Públicos) mostra que a tarifa do
ônibus de Ribeirão -R$ 2,20-
é a segunda mais cara do Brasil,
numa lista que inclui as capitais
e municípios com mais de 500
mil habitantes.
À frente de Ribeirão estão oito cidades, mas todas com tarifa de R$ 2,30, ou apenas R$ 0,10
a mais que Ribeirão. Para Cherulli, o preço cobrado em Ribeirão é baixo pelo porte e nível da
cidade e a falta de subsídio da
prefeitura.
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