Ribeirão Preto, Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008

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Aluguel alavanca inflação em Ribeirão

Índice chegou a 0,30% em novembro, segundo o IPC/Fipe/Moura Lacerda, graças a altas na habitação

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os custos envolvendo a habitação -principalmente aluguel- foram os responsáveis pela inflação de 0,30% registrada em novembro em Ribeirão Preto. Segundo o IPC/Fipe/ Moura Lacerda, os aumentos de preços dos aluguéis, computadores, máquinas de lavar roupa e forno de microondas provocaram esse índice.
A situação poderia ser diferente caso não houvesse o receio dos consumidores, em razão da crise que atingiu a partir do segundo semestre os mercados mundiais, na avaliação da economista Andréia Tonani, do Nepe (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas), responsável pelo levantamento mensal do índice na cidade.
"A crise mundial afetou de duas formas. Os eletroeletrônicos em habitação tiveram aumento, como computador e máquina de lavar. Há elementos que mostram que o câmbio afetou alguns segmentos, mas predominou no índice o efeito contrário da crise", disse.
Entre os dez itens que mais subiram em novembro estão, também, os alimentos, como mamão, contrafilé e tomate.
"Os preços dos alimentos voltaram a ter aumento, mas estão desacelerando. O destaque ficou com as carnes vermelhas. No geral, as pessoas estão receosas para comprar, mas também há menos crédito disponível. Essa redução no índice, de 0,40% para 0,30%, mostra o lado recessivo da crise, porque isso aconteceu em pleno fim de ano", afirmou.
De acordo com a economista, mesmo em dezembro a economia não deve apresentar "grandes saltos" em Ribeirão Preto e a inflação do ano deve ser inferior à do ano passado (leia texto nesta página).
Na outra ponta do levantamento, a queda de 1,65% no preço dos automóveis novos causou o maior impacto do mês, seguido pelo pão (-2,09%) e manga (-25,4%).
Para os consumidores ouvidos pela Folha, os preços dos alimentos continuam sendo o principal obstáculo no dia-a-dia. "A gente já esperava que fosse ter um aumento por causa do Natal, porque tudo sobe nesta época do ano. Mas é aumento em cima de aumento, parece que não acaba mais", afirmou a dona-de-casa Jandira Mendes.
Para a também dona-de-casa Hilda Souza Lemes, o consumidor precisa ficar atento para economizar.
"Tem que ficar olhando que marca está mais barata. Se uma subiu, troca pela outra, é um jeito de tentar gastar menos", afirmou.


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