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Greve deixa alunos da USP sem biblioteca e refeitório
USP diz que há 120 servidores em Ribeirão paralisados, mas Sintusp fala em 400
Também estão suspensos
o transporte interno, a manutenção dos prédios e
a jardinagem; biotério decide hoje se irá paralisar
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A greve iniciada na semana
passada pelos funcionários da
USP (Universidade de São Paulo) tem prejudicado os alunos
do campus de Ribeirão, principalmente pela paralisação dos
serviços de biblioteca, restaurante e transporte interno.
O campus de Ribeirão é o
único do interior paulista que
aderiu à greve, na última quinta, um dia após o início da paralisação em São Paulo. Segundo
a reitoria, só 120 funcionários
em Ribeirão cruzaram os braços. Membros do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da
USP) falam em 400 grevistas.
João Paulo de Castro, 24, estudante do segundo ano de biologia que recebe tickets para refeições no restaurante central,
disse que agora tem apenas
uma marmita por dia, do serviço de assistência social do campus. "Ficou ruim com a greve,
porque tenho que me virar com
a refeição da noite", disse Castro. O aluno reclama também
da biblioteca, que está fechada.
"Você não consegue mais retirar livros. Estou com três livros
para uma prova, mas e para as
outras matérias?"
Clóvis Reis da Silva Junior,
21, do segundo ano de química,
reclama da biblioteca fechada e
dos ônibus internos que pararam de circular. "As unidades
ficam longe umas das outras.
Quando tem aula em outro prédio, vou a pé ou peço carona."
Aluna de pós-graduação na
medicina, Tâmara Siqueira Neto, 28, surpreendeu-se ontem
de manhã ao encontrar a biblioteca fechada. Dos 46 funcionários, só os ligados à direção da unidade trabalhavam.
"Eu precisava consultar alguns artigos para incluir na minha pesquisa de mestrado.
Agora vai demorar para eu escrever." Além de não poderem
retirar ou renovar livros, as
portas estão trancadas até para
quem quer só estudar no local.
Tâmara disse temer que a
greve afete também sua pesquisa prática: toda semana, ela
precisa de 20 cobaias. "Se entregarem menos ou pararem de
fornecer cobaias, vai atrasar
minha pesquisa", afirmou.
O biotério, que entrega em
média 10 mil cobaias por mês
para pesquisas, é um dos últimos setores no campus de Ribeirão em que não há funcionários paralisados. Helder Tambelini, diretor do serviço, disse
que hoje os funcionários decidem se aderem ou não ao movimento. Até ontem, o ritmo de
trabalho continuava normal.
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