Ribeirão Preto, Quarta-feira, 13 de Maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Greve deixa alunos da USP sem biblioteca e refeitório

USP diz que há 120 servidores em Ribeirão paralisados, mas Sintusp fala em 400

Também estão suspensos o transporte interno, a manutenção dos prédios e a jardinagem; biotério decide hoje se irá paralisar


JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A greve iniciada na semana passada pelos funcionários da USP (Universidade de São Paulo) tem prejudicado os alunos do campus de Ribeirão, principalmente pela paralisação dos serviços de biblioteca, restaurante e transporte interno.
O campus de Ribeirão é o único do interior paulista que aderiu à greve, na última quinta, um dia após o início da paralisação em São Paulo. Segundo a reitoria, só 120 funcionários em Ribeirão cruzaram os braços. Membros do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) falam em 400 grevistas.
João Paulo de Castro, 24, estudante do segundo ano de biologia que recebe tickets para refeições no restaurante central, disse que agora tem apenas uma marmita por dia, do serviço de assistência social do campus. "Ficou ruim com a greve, porque tenho que me virar com a refeição da noite", disse Castro. O aluno reclama também da biblioteca, que está fechada. "Você não consegue mais retirar livros. Estou com três livros para uma prova, mas e para as outras matérias?"
Clóvis Reis da Silva Junior, 21, do segundo ano de química, reclama da biblioteca fechada e dos ônibus internos que pararam de circular. "As unidades ficam longe umas das outras. Quando tem aula em outro prédio, vou a pé ou peço carona."
Aluna de pós-graduação na medicina, Tâmara Siqueira Neto, 28, surpreendeu-se ontem de manhã ao encontrar a biblioteca fechada. Dos 46 funcionários, só os ligados à direção da unidade trabalhavam.
"Eu precisava consultar alguns artigos para incluir na minha pesquisa de mestrado. Agora vai demorar para eu escrever." Além de não poderem retirar ou renovar livros, as portas estão trancadas até para quem quer só estudar no local.
Tâmara disse temer que a greve afete também sua pesquisa prática: toda semana, ela precisa de 20 cobaias. "Se entregarem menos ou pararem de fornecer cobaias, vai atrasar minha pesquisa", afirmou.
O biotério, que entrega em média 10 mil cobaias por mês para pesquisas, é um dos últimos setores no campus de Ribeirão em que não há funcionários paralisados. Helder Tambelini, diretor do serviço, disse que hoje os funcionários decidem se aderem ou não ao movimento. Até ontem, o ritmo de trabalho continuava normal.


Texto Anterior: Painel Regional
Próximo Texto: Saúde descarta dois casos de gripe suína
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.