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TJ manda chefes da gestão Palocci devolverem salário
Valores recebidos ultrapassavam salário de secretariado
Para defesa, não cabe a acusação de que tenha havido enriquecimento ilícito no exercício do mandato dos diretores
VERIDIANA RIBEIRO
DE RIBEIRÃO PRETO
O TJ (Tribunal de Justiça)
de São Paulo determinou que
ex-chefes da primeira gestão
do petista Antonio Palocci Filho (1993-1996) na Prefeitura
de Ribeirão devolvam salários pagos indevidamente
pela antiga Ceterp (Centrais
Telefônicas de Ribeirão).
Foram condenados a devolver dinheiro público, como já havia recomendado o
TCE (Tribunal de Contas do
Estado), os ex-superintendentes da Ceterp Donizeti Rosa e Ricardo Gorayeb, os ex-diretores Efrain dos Reis, Juscelino Dourado, Luiz Alvaro
Navarro, Antonio Fernandes
e João Luiz Furco.
O valor pago a ex-funcionários entre janeiro e novembro de 1995 superava o que a
prefeitura pagava a seus secretários, o que a lei proíbe.
Ontem, a Folha não teve
acesso aos valores pagos.
A reportagem só conseguiu falar com Reis, que é engenheiro civil em Ribeirão.
Ele afirmou ter trabalhado só
três meses na Ceterp.
Segundo o engenheiro,
sua passagem pela empresa
foi como uma "ponte" entre o
cargo de diretor de Obras Públicas e o de presidente da
Fundação Pedro 2º.
"Eu, como diretor, não
participei de nenhuma decisão sobre salário", disse. Ribeiro afirmou não se lembrar
do valor que recebia à época.
A Folha não conseguiu
contatar os outros envolvidos nem o advogado que os
representa, Sérgio Roxo da
Fonseca, que ex-secretário
da Educação da segunda gestão do PT na prefeitura (2001-2004) e candidato à sucessão
de Palocci em 1996.
Segundo a decisão do TJ, a
defesa dos envolvidos alegou
que para os ex-funcionários
da Ceterp não caberia aplicação da lei 8.429 de 1992, que
trata das penas aplicáveis a
agentes públicos em caso de
enriquecimento ilícito no
exercício do mandato, como
propôs a Promotoria.
O Judiciário, porém, entendeu que, mesmo a Ceterp
sendo uma empresa e os ex-funcionários terem sido contratados pelo regime celetista, seus salários eram equivalentes ao de servidores de cargos de confiança -a indicação para o cargo partia do
prefeito e, os salários, pagos
com recursos públicos.
A Ceterp foi uma empresa
municipal até novembro de
1995, quando foi transformada em sociedade de economia mista. A primeira parte
das ações da companhia foi
vendida naquele ano por Palocci, mas o município continuou o acionista majoritário
até a gestão seguinte do prefeito Luiz Roberto Jábali
(PSDB), que então vendeu a
Ceterp para a Telefônica.
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