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Alunos da UFSCar temem violência e custo de vida de SP
Estudantes do 5º ano de medicina podem ter de fazer o internato na Grande SP
Acordo tem como objetivo solucionar o impasse da falta de hospital em São Carlos para que os alunos façam estágio obrigatório
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Custo de vida alto, medo de
violência, preocupação com a
qualidade de ensino. Essas são
as preocupações dos estudantes do quinto ano de medicina
da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), que devem estagiar em hospitais da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo) na Grande SP.
Desde anteontem, a reitoria
da UFSCar negocia com a reitoria da Unifesp uma parceria
que viabilize o internato (estágio hospitalar obrigatório) dos
33 estudantes de medicina que
estão sem aulas desde o dia 30.
A suspensão aconteceu porque não existe disponível em
São Carlos um hospital com infraestrutura e corpo clínico
adequados às necessidades dos
alunos da graduação.
"Os hospitais [disponibilizados pela Unifesp] estão na periferia de São Paulo. Isso implica
distâncias grandes de deslocamento entre o lugar onde os
alunos vão morar e o hospital. E
tem também a questão de segurança. Imagina se algo acontece
com algum aluno da UFSCar?",
disse a estudante Arlety de Morais Carvalho, 21.
Por enquanto, a UFSCar não
decidiu onde o internato será
realizado. Ontem, a coordenação do curso de medicina visitaria dois hospitais ligados à
Unifesp, o de Diadema e o de
Pirajussara (em Taboão da Serra) todos com atendimento exclusivo do SUS (Sistema Único
de Saúde) -ao menos um deles
havia sido visitado até ontem.
Antes disso, a reitoria da
UFSCar havia feito pedido à
outra federal para que os alunos de São Carlos realizassem o
internato no Hospital São Paulo, o principal hospital de ensino ligado à Unifesp. Mas o pedido encontrou resistência entre
professores e alunos.
"Houve a ponderação de que
há uma sobrecarga grande, tanto no ambulatório, quanto no
hospital, pela atuação de residentes e estudantes do internato", afirmou ontem o reitor da
Unifesp, Walter Albertoni.
Hoje, os alunos devem se
reunir com a coordenação do
curso. A decisão será tomada
pelo Conselho de Curso, no
qual os alunos têm cinco votos
de um total de 15. Mas, segundo
a assessoria de imprensa da
UFSCar, essas decisões não
costumam sair de votações,
mas de consenso.
A reitoria da UFSCar não falou sobre quem vai custear os
alunos fora de São Carlos.
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