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Acordo libera venda de sapatos brasileiros para a Argentina
Cerca de 3,4 mi de sapatos brasileiros "barrados" serão liberados para ingresso no país vizinho
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um acordo selado entre a
Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) e o Ministério da Produção da Argentina para retirar os
entraves à exportação de sapatos deve favorecer a indústria
calçadista de Franca. A avaliação é de Nelson Barbosa Junior, gerente-executivo do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca).
A proposta firmada prevê
que ao longo de três anos o Brasil exporte uma quantidade
pré-fixada de calçados ao vizinho sul-americano. No acordo,
ficou definido que a Argentina
importará no máximo 15 milhões de pares de sapatos brasileiros. "Apesar de o volume de
sapatos já estar definido, sem
possibilidade de crescer, esse
acordo acaba com os problemas que tínhamos para vender
nosso produto na Argentina",
disse Barbosa Junior.
Trata-se de uma redução de
aproximadamente 20% em relação ao ritmo de exportação
anterior: no ano passado, o Brasil vendeu para o país vizinho
19,5 milhões de calçados.
"Nossa avaliação foi que, dos
males, o menor. Ao menos resolveu um problema imediato."
Depois dos EUA e Venezuela,
a Argentina figura como terceiro principal destino do sapato
francano fora do país. Em
2008, foram exportados US$
12,9 milhões, o que significa
cerca de 700 mil pares, a um
preço próximo de US$ 20 o par.
Segundo o Sindifranca, 90% do
volume refere-se à produção de
apenas uma empresa.
Durante a negociação, a Argentina propunha reduzir para
12 milhões de pares, volume
que não foi aceito pela Abicalçados. Após novas discussões, o
total chegou aos 15 milhões.
Os argentinos concordaram
ainda em liberar a exportação
de cerca de 3,4 milhões de pares "barrados", muitos há cerca
de cinco meses. Muitos deles
são calçados de moda -botas e
sapatos de inverno-, que corriam o risco de não chegar a
tempo nas prateleiras dos comerciantes argentinos.
Protecionismo
Como a Folha publicou em
abril, o protecionismo adotado
por países do Mercosul, motivado pela crise, foi um dos
maiores responsáveis pela queda das exportações das calçadistas de Franca neste ano.
Outro agravante foi a queda
da demanda em grandes mercados consumidores, como
EUA e Europa.
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