Ribeirão Preto, Sábado, 13 de Junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acordo libera venda de sapatos brasileiros para a Argentina

Cerca de 3,4 mi de sapatos brasileiros "barrados" serão liberados para ingresso no país vizinho

DA FOLHA RIBEIRÃO

Um acordo selado entre a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) e o Ministério da Produção da Argentina para retirar os entraves à exportação de sapatos deve favorecer a indústria calçadista de Franca. A avaliação é de Nelson Barbosa Junior, gerente-executivo do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca).
A proposta firmada prevê que ao longo de três anos o Brasil exporte uma quantidade pré-fixada de calçados ao vizinho sul-americano. No acordo, ficou definido que a Argentina importará no máximo 15 milhões de pares de sapatos brasileiros. "Apesar de o volume de sapatos já estar definido, sem possibilidade de crescer, esse acordo acaba com os problemas que tínhamos para vender nosso produto na Argentina", disse Barbosa Junior.
Trata-se de uma redução de aproximadamente 20% em relação ao ritmo de exportação anterior: no ano passado, o Brasil vendeu para o país vizinho 19,5 milhões de calçados.
"Nossa avaliação foi que, dos males, o menor. Ao menos resolveu um problema imediato."
Depois dos EUA e Venezuela, a Argentina figura como terceiro principal destino do sapato francano fora do país. Em 2008, foram exportados US$ 12,9 milhões, o que significa cerca de 700 mil pares, a um preço próximo de US$ 20 o par. Segundo o Sindifranca, 90% do volume refere-se à produção de apenas uma empresa.
Durante a negociação, a Argentina propunha reduzir para 12 milhões de pares, volume que não foi aceito pela Abicalçados. Após novas discussões, o total chegou aos 15 milhões.
Os argentinos concordaram ainda em liberar a exportação de cerca de 3,4 milhões de pares "barrados", muitos há cerca de cinco meses. Muitos deles são calçados de moda -botas e sapatos de inverno-, que corriam o risco de não chegar a tempo nas prateleiras dos comerciantes argentinos.

Protecionismo
Como a Folha publicou em abril, o protecionismo adotado por países do Mercosul, motivado pela crise, foi um dos maiores responsáveis pela queda das exportações das calçadistas de Franca neste ano.
Outro agravante foi a queda da demanda em grandes mercados consumidores, como EUA e Europa.


Texto Anterior: Agricultura: Preço baixo e doenças atingem safra de frutas em Taquaritinga
Próximo Texto: Polícia: Dois são presos por furtar laranja em fazenda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.