free-lance para a Folha

Pelo menos duas casas de prostituição de Ribeirão Preto "decretaram" luto devido ao assassinato da garota de programa Selma Heloísa Artigas Silva, 22, conhecida como Nicole, anteontem.
Selma morreu após ter sido amarrada a um veículo -que a polícia acredita ser uma camionete importada- e arrastada por cerca de 2,5 quilômetros na avenida Caramuru e proximidades, na zona sul de Ribeirão Preto.
A casa de prostituição After Five, localizada na rua Garibaldi, região central da cidade, deve ficar fechada durante todo o final de semana, de acordo com o proprietário, Marco Antonio Tiveron.
Tiveron afirmou que Selma trabalhava na casa havia quatro anos. Nos últimos dois meses, ela havia resolvido trabalhar também na Chácara da Japonesa, onde foi vista pela última vez, e na avenida Nove de Julho.
"A morte de Selma foi um choque para todos nós. Todos os funcionários da casa resolveram não trabalhar em homenagem a ela. Mesmo quando voltarmos a funcionar, acho que vai ser difícil esquecer sua morte", afirmou ele.
A chácara da Japonesa também fechou as portas e deve voltar ao funcionamento normal apenas hoje. "Ficamos muito abalados. Ela era muito simpática", disse um segurança da chácara que não quis se identificar.

Nove de Julho
O movimento de garotas de programa na Nove de Julho também diminuiu anteontem à noite, segundo o caixa do restaurante Reb's Café (localizado na avenida) Adilson Aparecido Galerani, 23.
Galerani trabalha no local há cerca de um ano e diz conhecer todas as garotas de programa que trabalham na avenida. "Na madrugada, elas vêm jantar aqui."
O caixa afirmou que Selma era uma pessoa bastante alegre, mas também muito franca. "Ela nunca teve freios na língua; dizia tudo o que pensava e, se não gostava de alguém, ia logo dizendo", disse.
A garota de programa Cintia Cerrado, 20, que, anteontem, por volta das 23h, estava na Nove de Julho, afirmou que está triste. "Eu não a conhecia, mas só de pensar que eu poderia estar no lugar dela, fico deprimida.
Até a noite de anteontem a polícia não havia encontrado o suspeito de ter matado Selma, Pablo Russel Rocha, 24. De acordo com o inquérito, Selma deixou a chácara anteontem acompanhada de Rocha por volta das 3h.
Uma hora depois, ela foi encontrada morta, com metade do corpo esfacelado.
A Folha também não conseguiu localizar o acusado.



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