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Punição por queimada de cana cresce 27%
No ano passado foram 47 penalidades emitidas a usinas e produtores da região de Ribeirão, ante 37 no ano anterior
As advertências, que não se revertem na aplicação de multas em dinheiro, foram as penalidades que mais cresceram em 2009
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
As multas e advertências a
usinas e produtores que queimaram canaviais irregularmente na região de Ribeirão
Preto cresceram 27% em 2009
na comparação com o ano anterior. Dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo) obtidos pela Folha
mostram que, em 2009, foram
47 penalidades emitidas, ante
37 no ano anterior.
O maior aumento, no entanto, aconteceu no número de advertências, que não se revertem
em multas em dinheiro.
Nos escritórios da Cetesb em
Ribeirão, Araraquara, Barretos,
Franca e Jaboticabal, foram 12
os alvos de advertências em
2008, ante três em 2009 -os
dados do ano passado incluem
a Cetesb de Ituverava, que não
existia em 2008 e cuja área era
coberta por Franca.
Já o número de infrações que
resultaram na aplicação de
multas passaram de 34 em
2008 para 35 no ano passado.
As advertências, segundo
Jorge Luis Carizia, gerente da
Cetesb de Ituverava, são aplicadas a queimadas em que o material não é aproveitado pelas
usinas, ou seja, sem vínculo entre o incêndio e a intenção de
utilizar a cana para moagem.
A maioria desse tipo de infração é cometida pelos pequenos
proprietários, afirma Carizia.
Segundo Amauri da Silva
Moreira, gerente da Cetesb de
Jaboticabal, com o maior crescimento no valor das multas
aplicadas -de R$ 396 mil para
R$ 634 mil-, o aumento é consequências do incremento na
fiscalização no campo e no número de denúncias.
Muitas dessas denúncias, de
acordo com ele, terminam sem
uma penalização formal, já que
os denunciantes não conseguem informar com exatidão a
localização das fazendas.
De acordo com Ricardo Viegas, coordenador do Protocolo
Ambiental da Cetesb, programa que prevê eliminar a queima da palha da cana em 95% da
área plantada do Estado até
2014, os dados sobre as penalidades mostram que a prática é
pequena diante de toda a área
com queima regular.
Para o diretor regional da
Unica (União da Indústria de
Cana-de-Açúcar), Sérgio Prado, a maior parte dos incêndios
que resultam em multas é acidental. As queimadas das usinas têm um planejamento
complexo e são acompanhadas
de brigadas de incêndio, segundo Prado. Por isso, não é compensador para as usinas quebrarem o planejamento e se arriscarem a ser multadas.
Para o presidente da ONG
Pau Brasil, Marcos Tavares, os
números da Cetesb sobre queimadas são subestimados. "Na
época de safra a gente vê queimada em qualquer lugar".
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