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Dona de restaurante em estrada vende somente cinco refeições num dia
DA FOLHA RIBEIRÃO
Não são apenas os motoristas que enfrentam dificuldades causadas pelo fechamento
de alguns postos de combustíveis na região. Comerciantes
que antes dependiam do movimento que era gerado pelos
postos fechados, como donos
de restaurantes, borracharias
e oficinas, também passam
por problemas.
Sem o atrativo do combustível nos locais, o movimento de
motoristas caiu e causou reflexo diretamente nos estabelecimentos que funcionam
nas mesmas áreas.
A comerciante Iracema Maria Cordeiro, 62, dona do restaurante que funciona no antigo posto Novo Toriba, em
Matão, já fala em fechar as
portas. Segundo ela, há seis
meses foram investidos cerca
de R$ 8.000 para colocar o
restaurante em funcionamento. "O lugar estava em miséria, mas nós limpamos tudo,
colocamos fiação, freezer,
lâmpadas. Mas a situação não
é das melhores", disse.
Depois que o posto fechou,
poucos motoristas param para comer no restaurante, segundo ela. Cordeiro afirmou
que é preciso vender de 70 a
80 refeições por dia para poder manter o restaurante
aberto, mas, no dia que a Folha esteve no local, somente
cinco pratos haviam sido comercializados.
"Ganho hoje para comprar
a carne de amanhã", afirmou.
No salão onde são servidas as
refeições, resta apenas um jogo de mesa e cadeiras. Os outros móveis já foram devolvidas por causa do baixo movimento e da falta de dinheiro,
diz a comerciante.
"Achei que seria um bom
negócio porque tem a rodovia,
a comida é boa, comida de caminhoneiro, mas nesse ritmo
ninguém aguenta", afirmou
Cordeiro.
No mesmo posto abandonado ainda funciona uma borracharia e um lava-rápido, que
pertencem ao comerciante
Célio Aparecido Cândido, 46.
Segundo ele, sem o atrativo
oferecido pelo combustível, o
movimento caiu e agora é formado apenas por moradores
de Matão.
"Bom não está, mas se a
gente parar fica pior. Quando
tinha o posto era diferente,
porque quem para é para
abastecer. Aí aproveita para
usar o restaurante e a borracharia", disse.
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