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CPI apura 69 pistas clandestinas
ANGELO SASTRE
enviado especial a São Paulo
A CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) do Narcotráfico da
Assembléia está investigando a situação de 69 pistas clandestinas
localizadas em 26 municípios da
região de Ribeirão Preto.
Em todo o Estado, foram identificadas pelo menos 360 pistas em
situação irregular. Para o deputado estadual Renato Simões (PT),
responsável pela investigação do
transporte aéreo de drogas, esse
número pode ser maior.
"Esse mapeamento representa a
parcela identificada pela polícia.
No entanto o número deve ser
bem maior, já que os canaviais e a
falta de fiscalização favorecem a
construção dessas pistas", diz.
Ele afirma que os proprietários
das áreas identificadas estão sendo intimados pelas polícias locais
para regularizar a situação.
"Eles terão de homologar a pista
junto ao Daesp (Departamento
Aeroviário do Estado de São Paulo) ou terão de destrui-las", diz.
Na semana passada, a comissão
ouviu o piloto Walter Barreto,
preso em dezembro passado sob
a acusação de participar de uma
quadrilha internacional que agia
na região de Araraquara.
Em seu depoimento, ele negou
qualquer participação com atividades de narcotráfico. No entanto
a comissão diz ter provas comprovando sua participação na rota Bolívia-Araraquara.
"Temos cópias de conversas telefônicas gravadas pela polícia em
que ele menciona a rota com um
possível traficante boliviano."
De acordo com a CPI do Narcotráfico do Congresso, a região de
Ribeirão Preto é a sétima em consumo de drogas. Os deputados
alegam que essa posição é consequência do alto poder aquisitivo
da população local.
Depoimentos
Três empresários de Ribeirão
Preto foram convocados para depor na CPI federal ontem.
Os empresários Jaimes de Almeida Júnior, Mário Sérgio Machado e Paulo Panico foram intimados pela comissão e até as 19h
de ontem ainda não tinham sido
ouvidos.
A comissão apura a possível ligação deles com a lavagem de dinheiro proveniente do roubo de
cargas e tráfico de drogas.
De acordo com membros da
CPI, o empresário Almeida Júnior, responsável pela construção
do Shopping Santa Úrsula, é suspeito de ser um dos "laranjas" de
Willian Sozza, suposto líder de
uma quadrilha de Campinas.
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