Ribeirão Preto, Sexta-feira, 14 de Abril de 2000


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CPI apura 69 pistas clandestinas

ANGELO SASTRE
enviado especial a São Paulo

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico da Assembléia está investigando a situação de 69 pistas clandestinas localizadas em 26 municípios da região de Ribeirão Preto.
Em todo o Estado, foram identificadas pelo menos 360 pistas em situação irregular. Para o deputado estadual Renato Simões (PT), responsável pela investigação do transporte aéreo de drogas, esse número pode ser maior.
"Esse mapeamento representa a parcela identificada pela polícia. No entanto o número deve ser bem maior, já que os canaviais e a falta de fiscalização favorecem a construção dessas pistas", diz.
Ele afirma que os proprietários das áreas identificadas estão sendo intimados pelas polícias locais para regularizar a situação.
"Eles terão de homologar a pista junto ao Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) ou terão de destrui-las", diz.
Na semana passada, a comissão ouviu o piloto Walter Barreto, preso em dezembro passado sob a acusação de participar de uma quadrilha internacional que agia na região de Araraquara.
Em seu depoimento, ele negou qualquer participação com atividades de narcotráfico. No entanto a comissão diz ter provas comprovando sua participação na rota Bolívia-Araraquara.
"Temos cópias de conversas telefônicas gravadas pela polícia em que ele menciona a rota com um possível traficante boliviano."
De acordo com a CPI do Narcotráfico do Congresso, a região de Ribeirão Preto é a sétima em consumo de drogas. Os deputados alegam que essa posição é consequência do alto poder aquisitivo da população local.

Depoimentos
Três empresários de Ribeirão Preto foram convocados para depor na CPI federal ontem.
Os empresários Jaimes de Almeida Júnior, Mário Sérgio Machado e Paulo Panico foram intimados pela comissão e até as 19h de ontem ainda não tinham sido ouvidos.
A comissão apura a possível ligação deles com a lavagem de dinheiro proveniente do roubo de cargas e tráfico de drogas.
De acordo com membros da CPI, o empresário Almeida Júnior, responsável pela construção do Shopping Santa Úrsula, é suspeito de ser um dos "laranjas" de Willian Sozza, suposto líder de uma quadrilha de Campinas.


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