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Araraquara vai dar "anistia" aos pequenos devedores
Ex-microempresários também estão entre principais beneficiados da medida
Segundo a prefeitura, não vale a pena cobrar dívidas de até R$ 600, pois o valor não dá para custear as despesas com a cobrança
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Araraquara
planeja mudanças em seu Código Tributário para cancelar
"créditos podres" da dívida ativa da cidade. Os dois principais
beneficiados pelo projeto de lei,
que deve ser enviado para a Câmara nas próximas semanas,
são ex-microempresários que
fecharam seus negócios, mas
não legalizaram essa situação, e
pequenos devedores cujo valor
das dívidas não compensa o esforço da cobrança.
Autor da proposta que limpa
o nome dos ex-empresários, o
vereador Sérgio Gonçalves
(PMDB) disse que muitos desses devedores desconhecem a
dívida. Ele afirmou receber, em
média, 15 pessoas com carnês
de ISS (Imposto Sobre Serviços) vencidos.
"A pessoa fecha as portas,
não legaliza o fechamento e,
quando vem a conta, muito
tempo depois, não paga", afirmou o vereador.
Um dos prováveis beneficiários é a funcionária pública
Elaine Melani Pedro Augusto,
que fechou sua lanchonete em
1998 e, dez anos depois, começou a receber os boletos, que
somam mais de R$ 5.000. Para
limpar o nome, ela diz ter negociado a dívida em 60 parcelas
de R$ 80, mas alega dificuldade
para quitar o acordo.
Segundo o secretário de Negócios Jurídicos, Ricardo Santos, os beneficiários deverão
comprovar que estiveram inativos no período da dívida.
A outra mudança deve beneficiar pessoas que têm até R$
600 em dívidas, valor que não
compensa os gastos que a administração tem com a cobrança, segundo Santos.
"Boa parte desses débitos
não vai ser recebido, está inscrito na dívida por procedimento legal", afirmou o secretário de Finanças de Araraquara, Álvaro Guedes.
A dívida ativa atual de Araraquara é de cerca de R$ 40 milhões -ele não soube dizer o
quanto desse valor cabe a pequenos devedores.
Procedimento parecido foi
adotado em Ribeirão, onde a
prefeitura congelou dívidas de
até R$ 600, no inicio do ano, para priorizar a cobrança envolvendo grandes devedores.
O foco em devedores maiores
é uma tendência entre os gestores públicos, diz o advogado tributarista Alfredo Bernardini
Neto. É preferível ter menos
créditos, com maior valor. "O esforço de cobrança é o mesmo."
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