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Mulher ganha espaço na construção civil
Número de contratadas nesse setor em Ribeirão cresceu 250% em 10 anos, segundo o Ministério do Trabalho
Em 1999, de cada 100 empregados, 5 eram mulheres; já no ano passado, a proporção subiu para 11 em 100
DE RIBEIRÃO PRETO
Elas ainda estão longe de
ser maioria, mas a contratação de mulheres por empresas da construção civil, um
ramo tradicionalmente dominado pelos homens, mais
do que dobrou em Ribeirão
Preto nos últimos dez anos.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego,
colhidos por meio da Rais
(Relação Anual de Informações Sociais), de cada cem
contratados por empresas do
setor em Ribeirão em 1999,
cinco eram mulheres. No ano
passado, a proporção subiu
para 11 em 100.
O número de mulheres
empregadas pelas construtoras subiu de 367 em 1999 para 1.285 em 2009, um crescimento de 250% em dez anos.
Embora os homens continuem sendo maioria esmagadora, o crescimento de
contratação deles tem percentual bem abaixo: 140%.
Boa parte das contratadas
pelas construtoras ainda está
em serviços que se concentram fora do canteiro de
obras, como em atividades
de limpeza. Há também mulheres ocupando os postos de
engenheiras e arquitetas.
Elas, porém, querem mais:
dividir com os pedreiros, em
nível de igualdade, a responsabilidade por erguer paredes e assentar pisos.
"Nessa atividade de acabamento e assentamento de
pisos, elas se saem muito
bem", disse o instrutor Antonio Luiz Fifolato, do Senai,
que na escola técnica Celso
Charuri, em Ribeirão, dá aulas para cerca de 20 mulheres
que aprendem a assentar tijolos e a revestir paredes.
Uma das alunas é a auxiliar de cozinha Roselaine
Cristina Silva, 32. Ela foi
atraída pelo curso, primeiro,
porque queria aprender o trabalho para, por conta própria, assentar os pisos da casa onde mora.
Agora, Roselaine também
vê na profissão recém-descoberta uma chance de melhorar o rendimento. "Se falar
que tem construtora pegando mulher para trabalhar, eu
sou a primeira da fila."
O diretor regional do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo) de Ribeirão, José Batista Ferreira,
disse que a necessidade de
mão de obra no setor é um
dos principais motivadores
para a abertura do mercado
para as mulheres, embora,
segundo ele, elas ainda sejam poucas nos canteiros.
Outro fator é que, de acordo com Batista, os processos
construtivos atuais se modernizaram e são menos pesados. "Além do mais, como
em praticamente todos os setores, a mulher está despontando e mostrando que é apta."
(LEANDRO MARTINS)
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