Ribeirão Preto, Domingo, 14 de Novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mulher ganha espaço na construção civil

Número de contratadas nesse setor em Ribeirão cresceu 250% em 10 anos, segundo o Ministério do Trabalho

Em 1999, de cada 100 empregados, 5 eram mulheres; já no ano passado, a proporção subiu para 11 em 100

DE RIBEIRÃO PRETO

Elas ainda estão longe de ser maioria, mas a contratação de mulheres por empresas da construção civil, um ramo tradicionalmente dominado pelos homens, mais do que dobrou em Ribeirão Preto nos últimos dez anos.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, colhidos por meio da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), de cada cem contratados por empresas do setor em Ribeirão em 1999, cinco eram mulheres. No ano passado, a proporção subiu para 11 em 100.
O número de mulheres empregadas pelas construtoras subiu de 367 em 1999 para 1.285 em 2009, um crescimento de 250% em dez anos.
Embora os homens continuem sendo maioria esmagadora, o crescimento de contratação deles tem percentual bem abaixo: 140%.
Boa parte das contratadas pelas construtoras ainda está em serviços que se concentram fora do canteiro de obras, como em atividades de limpeza. Há também mulheres ocupando os postos de engenheiras e arquitetas.
Elas, porém, querem mais: dividir com os pedreiros, em nível de igualdade, a responsabilidade por erguer paredes e assentar pisos.
"Nessa atividade de acabamento e assentamento de pisos, elas se saem muito bem", disse o instrutor Antonio Luiz Fifolato, do Senai, que na escola técnica Celso Charuri, em Ribeirão, dá aulas para cerca de 20 mulheres que aprendem a assentar tijolos e a revestir paredes.
Uma das alunas é a auxiliar de cozinha Roselaine Cristina Silva, 32. Ela foi atraída pelo curso, primeiro, porque queria aprender o trabalho para, por conta própria, assentar os pisos da casa onde mora.
Agora, Roselaine também vê na profissão recém-descoberta uma chance de melhorar o rendimento. "Se falar que tem construtora pegando mulher para trabalhar, eu sou a primeira da fila."
O diretor regional do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) de Ribeirão, José Batista Ferreira, disse que a necessidade de mão de obra no setor é um dos principais motivadores para a abertura do mercado para as mulheres, embora, segundo ele, elas ainda sejam poucas nos canteiros.
Outro fator é que, de acordo com Batista, os processos construtivos atuais se modernizaram e são menos pesados. "Além do mais, como em praticamente todos os setores, a mulher está despontando e mostrando que é apta." (LEANDRO MARTINS)


Texto Anterior: Araraquara terá chip em bilhete de ônibus
Próximo Texto: Salários mais baixos para as mulheres se repetem no setor
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.