Ribeirão Preto, Segunda-feira, 14 de Dezembro de 2009

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Após habeas corpus, ex-médico Vanderson Bullamah deixa CDP

Acusado ficou 25 horas preso, depois de ser condenado a 18 anos de prisão

DA FOLHA RIBEIRÃO

O ex-ginecologista Vanderson Bullamah, 57, condenado na última sexta-feira a 18 anos de prisão por homicídio doloso, foi solto do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto às 15h de anteontem, graças a um habeas corpus concedido em caráter liminar pelo TJ (Tribunal de Justiça) do Estado. Ele ficou 25 horas preso.
Bullamah foi condenado por causar a morte de Helen de Moura Buratti em julho de 2002. A jovem, então com 18 anos, morreu um dia após ser submetida a uma cirurgia de lipoescultura feita na clínica de Bullamah. Helen recebeu alta às 12h e foi para casa. Por volta de 17h30, foi atendida na emergência do Hospital Beneficência Portuguesa, onde morreu.
Segundo o advogado de Bullamah, Heráclito Mossin, ao determinar que o ex-ginecologista começasse a cumprir a pena em regime fechado, o juiz José Roberto Bernardi fez ilações, como a de que o ex-médico fugiria se não ficasse preso. "A prisão dele é ilegal. O juiz não pode fazer ilações", disse.
A decisão liminar será analisada pelo Ministério Público Estadual da capital, a quem cabe tentar derrubá-la.
Segundo o pai de Helen, Renato Buratti, a filha teve vômito e muita diarreia em casa depois de receber alta médica. Na Beneficência, ela morreu aproximadamente uma hora e meia após ser atendida no hospital.
"Nós estamos indignados com a notícia de ele ter saído da cadeia. Mas a lei é assim. Fiquei triste e não fiquei ao mesmo tempo porque condenado ele já está", disse a mãe de Helen, Sônia Maria Buratti.
Durante o julgamento, Bullamah chegou a responsabilizar o hospital e o cardiologista Divino Batista, responsável pelo atendimento de Helen na Beneficência, pela morte da jovem, o que Batista negou.
O ex-ginecologista alegou que, ao tentar pulsionar a subclávia da jovem, que fica atrás da clavícula, para dar soro a Helen, Batista acabou transfixando a veia e deixando o líquido se concentrar na cavidade toráxica, o que teria provocado sua morte. No processo, porém, há resultado de exames de laboratório que comprovaram que o líquido não era soro.
A Folha não conseguiu ouvir ontem o ex-ginecologista.


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