|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após habeas corpus, ex-médico Vanderson Bullamah deixa CDP
Acusado ficou 25 horas preso, depois de ser condenado a 18 anos de prisão
DA FOLHA RIBEIRÃO
O ex-ginecologista Vanderson Bullamah, 57, condenado
na última sexta-feira a 18 anos
de prisão por homicídio doloso,
foi solto do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão
Preto às 15h de anteontem, graças a um habeas corpus concedido em caráter liminar pelo TJ
(Tribunal de Justiça) do Estado. Ele ficou 25 horas preso.
Bullamah foi condenado por
causar a morte de Helen de
Moura Buratti em julho de
2002. A jovem, então com 18
anos, morreu um dia após ser
submetida a uma cirurgia de lipoescultura feita na clínica de
Bullamah. Helen recebeu alta
às 12h e foi para casa. Por volta
de 17h30, foi atendida na emergência do Hospital Beneficência Portuguesa, onde morreu.
Segundo o advogado de Bullamah, Heráclito Mossin, ao
determinar que o ex-ginecologista começasse a cumprir a pena em regime fechado, o juiz
José Roberto Bernardi fez ilações, como a de que o ex-médico fugiria se não ficasse preso.
"A prisão dele é ilegal. O juiz
não pode fazer ilações", disse.
A decisão liminar será analisada pelo Ministério Público
Estadual da capital, a quem cabe tentar derrubá-la.
Segundo o pai de Helen, Renato Buratti, a filha teve vômito
e muita diarreia em casa depois
de receber alta médica. Na Beneficência, ela morreu aproximadamente uma hora e meia
após ser atendida no hospital.
"Nós estamos indignados
com a notícia de ele ter saído da
cadeia. Mas a lei é assim. Fiquei
triste e não fiquei ao mesmo
tempo porque condenado ele já
está", disse a mãe de Helen, Sônia Maria Buratti.
Durante o julgamento, Bullamah chegou a responsabilizar o
hospital e o cardiologista Divino Batista, responsável pelo
atendimento de Helen na Beneficência, pela morte da jovem, o que Batista negou.
O ex-ginecologista alegou
que, ao tentar pulsionar a subclávia da jovem, que fica atrás
da clavícula, para dar soro a Helen, Batista acabou transfixando a veia e deixando o líquido se
concentrar na cavidade toráxica, o que teria provocado sua
morte. No processo, porém, há
resultado de exames de laboratório que comprovaram que o
líquido não era soro.
A Folha não conseguiu ouvir
ontem o ex-ginecologista.
Texto Anterior: Para reitor, poucos casos de racismo são punidos Próximo Texto: Ribeirão faz vista grossa para camelô no Natal Índice
|