Reportagem flagrou ambulantes e carros da fiscalização juntos no centro

Segundo vendedor, liberação informal é um meio de compensar a fiscalização rígida entre setembro e novembro

DA FOLHA RIBEIRÃO

Ao contrário do que ocorreu no ano passado, a operação de Natal feita pelo Departamento de Fiscalização Geral da Prefeitura de Ribeirão Preto não adota critérios de "tolerância zero" com camelôs que comercializam no centro. Ao menos foi isto o que presenciou a Folha na sexta-feira à noite e anteontem, no calçadão.
Nesses dois dias, vendedores ambulantes e os carros do órgão conviveram sem conflitos. Na sexta, a reportagem viu vendedores de churros e de bolas na praça 15 de Novembro, próximos à perua dos fiscais. Anteontem, foram flagrados vendedores de CDs pirata e de bolsas comercializando livremente. Um deles passou ao lado da perua da prefeitura com seus CDs e depois voltou a exibi-los em lona posta no chão.
Um camelô que mora em Ribeirão disse à Folha que o chefe do departamento, Osvaldo Braga, liberou informalmente o comércio nas proximidades do calçadão.
O benefício, diz o camelô, seria uma forma de compensar a fiscalização feita entre setembro e novembro, sob a promessa de que, neste mês, a prefeitura inauguraria mais um shopping popular no centro para os ambulantes da cidade.
Como a inauguração só ocorrerá em 2010, a prefeitura faz "vista grossa" para o comércio ambulante no centro, segundo o camelô. "Eles estão pegando no pé mais de quem é de fora."
Segundo Braga, a operação "vista grossa" não existe. "Se isso estiver acontecendo, eu tenho de apurar porque senão não adianta nada pagar hora extra para os fiscais", disse.
O chefe da fiscalização disse ainda que as apreensões continuam acontecendo e que, anteontem, cerca de 500 bolsas foram apreendidas com um camelô. A Folha não conseguiu ouvir a ACI-RP (associação comercial e industrial da cidade).
Em Ribeirão, o comércio ambulante só é autorizado fora do quadrilátero central e a moradores que paguem taxa à Secretaria da Fazenda.
(VERIDIANA RIBEIRO)


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