Ribeirão Preto, Sexta, 15 de janeiro de 1999

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SANEAMENTO
Prefeitura de Ribeirão vai anistiar multa de R$ 10 milhões por atraso para que Leão Leão assuma a construção de estações de esgoto
Jábali perdoa dívida de R$ 10 mi para ter estação

da Folha Ribeirão

O prefeito de Ribeirão Preto, Luiz Roberto Jábali (PSDB), afirmou ontem que vai "perdoar" uma dívida de R$ 10 milhões do consórcio Ambient para a retomada das obras de duas estações de tratamento de esgoto na cidade.
A condição foi imposta pelo Grupo Leão Leão, que acertou esta semana a compra da Ambient, consórcio que detém a concessão para a construção das estações.
Com isso, a Leão Leão deve assumir, a partir de março, as obras que estavam paralisadas há dois anos.
O contrato de compra entre o Grupo Leão Leão e a REK Construtora Ltda., dona da Ambient, será assinado na segunda-feira.
"No fim deste mês apresentamos uma proposta para retomar a obra, conforme combinado com o prefeito", afirma Jonatas de Almeida Soares Neto, diretor de concessões do Grupo Leão Leão.
Ontem, Jábali afirmou que não irá cobrar a multa de R$ 10 milhões aplicada à Ambient por causa do atraso na entrega da obra. "Em vez de pagar a multa, ela (Ambient) pode fazer outros serviços para a cidade", afirmou o prefeito.
A multa é considerada o principal obstáculo para a retomada do empreendimento, que hoje tem um custo estimado em aproximadamente R$ 45 milhões.
"Só precisamos colocar todas as garantias no papel antes de começar a construção das estações de tratamento", disse o diretor de concessões do Grupo Leão Leão.
Além de receber anistia da multa, o grupo quer a garantia da prefeitura de que poderá explorar o serviço durante vinte anos. Isso porque a Ambient já perdeu quatro anos com o atraso no cronograma de trabalho.
A prefeitura, que deu a concessão do serviço, precisa autorizar a troca do comando acionário da Ambient, ganhadora da licitação. A empresa paralisou a obra porque não conseguiu empréstimos bancários.
Por causa disso, o prefeito não pode entregar as 8.000 casas que estão sendo construídas na Fazenda Baixadão.
O novo Código Ambiental, que entrou em vigor no ano passado, proíbe a liberação de novos loteamentos em cidades que não têm estações de tratamento.
Hoje, o esgoto da cidade é jogado direto no rio Pardo, contribuindo para a poluição da região.
O Grupo Leão Leão terá como parceiros o Banco Ribeirão Preto, o Grupo Somague (português) e, ainda dependendo de confirmação, a empresa americana CH2M-Hill -que era parceira da REK Construtora Ltda.
De acordo com Soares Neto, fechado o acordo com a prefeitura no fim deste mês, as obras serão retomadas em março.
Em setembro do ano 2.000 ficarão prontas as duas estações de tratamento, conforme cronograma que já está pronto.
A Nova Ambient, como deve ser chamada a empresa que assumirá o tratamento de esgoto em Ribeirão Preto, tentará receber empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica Federal. Os novos sócios teriam de desembolsar 30% do valor da obra, equivalente a R$ 15 milhões.



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