Ribeirão Preto, Sexta, 15 de janeiro de 1999

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VIOLÊNCIA
Militar é suspeito de assassinar comerciante no último final de semana durante briga em bar de Ribeirão
Juiz decreta prisão preventiva de policial

da Folha Ribeirão

O juiz da Vara do Júri de Ribeirão Preto Paulo César Gentile expediu mandado de prisão preventiva contra o policial militar Hamilton César Cordeiro, acusado de matar com um tiro o comerciante Benedito José Pinholi na madrugada do último sábado.
O policial já estava preso administrativamente no batalhão da Polícia Militar desde o último final de semana e o prazo da prisão terminaria ontem.
Em depoimento à DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o policial confessou que disparou um tiro contra o comerciante em legítima defesa.
O requerimento pedindo a prisão preventiva do policial foi feito anteontem pela promotora da Vara Criminal Ethel Cipele e foi acatado pela Justiça.
No dia do crime, a Polícia Militar de Ribeirão Preto abriu uma sindicância para apurar o caso, junto com a prisão do policial.
A sindicância ouviu várias testemunhas que estavam no bar, conhecido como "Bar do Bene", localizado na rua João Bim, no bairro Jardim Paulistano.
De acordo com o responsável pela sindicância, o tenente Jean Charles Zanato, da sessão de Justiça e Disciplina do Comando de Policiamento, o policial disse anteriormente que havia sido agredido pelo dono do bar, mas que foi embora do local sem dar nenhum tiro de revólver.
"Ele disse em depoimento que estava com um primo e um sobrinho no bar quando surgiu uma briga ao seu lado", disse.
No entanto, em depoimento ao inquérito comandado pelo delegado do setor de homicídios da DIG, Sérgio Pereira, Cordeiro afirmou que atirou no comerciante para se defender.
"Ele disse que agiu em legítima defesa, pois foi agredido com um taco de bilhar pelo dono do bar."
De acordo com o delegado, a arma usada no crime pertencia à corporação da PM e foi recebida como uma doação.
Pereira também afirmou que já ouviu todas as testemunhas do caso. O mesmo ocorre com a sindicância da PM, que deverá estar finalizada dentro de 15 dias.
"Nenhuma testemunha disse que viu o assassinato do comerciante, mas confirmaram a briga", disse o tenente Zanato.
De acordo com Zanato, o policial deverá ser transferido hoje para o presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, onde aguardará a finalização do inquérito e do possível processo na Justiça.
Além do processo na Justiça comum, o policial poderá receber sanções de sua corporação.



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