Ribeirão Preto, Sexta, 15 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ECONOMIA
Metalúrgica de Matão suspende a partir de hoje um dia de trabalho para gastar 16% menos em pagamentos
Bambozzi reduz carga horária e salários

da Folha Ribeirão

A metalúrgica Bambozzi, de Matão, vai parar a produção às sextas-feiras a partir de hoje e diminuiu o salário dos funcionários para reduzir gastos e enfrentar a crise.
A proposta de diminuição de carga horária e salários foi aprovada na terça-feira em assembléia com os trabalhadores.
A empresa tem 430 funcionários e espera economizar cerca de 16% do total da folha de pagamentos, que não foi divulgado.
Segundo o gerente industrial da Bambozzi, Edson Gomes, o principal motivo da redução é evitar demissões.
"Confiamos que deve haver uma melhora na situação do mercado, mas, como a demanda caiu, temos que reduzir a produção também", diz.
A redução vai vigorar até 31 de março, mas a medida pode ser prorrogada. "Estamos acreditando que a prorrogação não será necessária, principalmente após o anúncio da mudança na política cambial."
A Bambozzi fabrica principalmente equipamentos de solda elétrica. Cerca de 15% da produção é destinada à exportação, mas, com a desvalorização do real em relação ao dólar, a produção destinada ao mercado externo pode crescer.
"Exportamos para a América do Sul e com as novas medidas o produto nacional fica mais barato no exterior. Esperamos aumentar as vendas."
De acordo com o gerente industrial, a redução de jornada já foi adotada pela empresa em 98, entre agosto e dezembro.
Os descontos nos salários foram escalonados. Quem recebe até R$ 415, terá apenas uma sexta-feira descontada no salário; os que ganham até R$ 550, perderão dois dias, e os trabalhadores que têm salário até R$ 640, terão três dias descontados.
Para Edson Pereira, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Matão, a redução de salário é melhor que a demissão de funcionários.
O sindicato mediou a negociação entre a diretoria da empresa e os trabalhadores. "Os próprios funcionários aprovaram receber menos para garantir o emprego."

Ribeirão
A metalúrgica Penha, de Ribeirão Preto, está trabalhando com redução de carga horária e salários desde setembro do ano passado.
Os 168 funcionários deixaram de trabalhar às sextas-feiras e a empresa passou a economizar cerca de 10% da folha de pagamento.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região não aprova a redução de salário.
"Não participamos da decisão tomada pela Penha e defendemos outras medidas para a redução de gastos pelas empresas", afirma Hélio Antonio Cândido, presidente do sindicato.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.