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ECONOMIA
Metalúrgica de Matão suspende a partir de hoje um dia de trabalho para gastar 16% menos em pagamentos
Bambozzi reduz carga horária e salários
da Folha Ribeirão
A metalúrgica Bambozzi, de Matão, vai parar a produção às sextas-feiras a partir de hoje e diminuiu o
salário dos funcionários para reduzir gastos e enfrentar a crise.
A proposta de diminuição de
carga horária e salários foi aprovada na terça-feira em assembléia
com os trabalhadores.
A empresa tem 430 funcionários
e espera economizar cerca de 16%
do total da folha de pagamentos,
que não foi divulgado.
Segundo o gerente industrial da
Bambozzi, Edson Gomes, o principal motivo da redução é evitar demissões.
"Confiamos que deve haver uma
melhora na situação do mercado,
mas, como a demanda caiu, temos
que reduzir a produção também",
diz.
A redução vai vigorar até 31 de
março, mas a medida pode ser
prorrogada. "Estamos acreditando que a prorrogação não será necessária, principalmente após o
anúncio da mudança na política
cambial."
A Bambozzi fabrica principalmente equipamentos de solda elétrica. Cerca de 15% da produção é
destinada à exportação, mas, com
a desvalorização do real em relação ao dólar, a produção destinada
ao mercado externo pode crescer.
"Exportamos para a América do
Sul e com as novas medidas o produto nacional fica mais barato no
exterior. Esperamos aumentar as
vendas."
De acordo com o gerente industrial, a redução de jornada já foi
adotada pela empresa em 98, entre
agosto e dezembro.
Os descontos nos salários foram
escalonados. Quem recebe até R$
415, terá apenas uma sexta-feira
descontada no salário; os que ganham até R$ 550, perderão dois
dias, e os trabalhadores que têm
salário até R$ 640, terão três dias
descontados.
Para Edson Pereira, diretor do
Sindicato dos Metalúrgicos de Matão, a redução de salário é melhor
que a demissão de funcionários.
O sindicato mediou a negociação
entre a diretoria da empresa e os
trabalhadores. "Os próprios funcionários aprovaram receber menos para garantir o emprego."
Ribeirão
A metalúrgica Penha, de Ribeirão Preto, está trabalhando com
redução de carga horária e salários
desde setembro do ano passado.
Os 168 funcionários deixaram de
trabalhar às sextas-feiras e a empresa passou a economizar cerca
de 10% da folha de pagamento.
O Sindicato dos Metalúrgicos de
Ribeirão Preto e Região não aprova a redução de salário.
"Não participamos da decisão
tomada pela Penha e defendemos
outras medidas para a redução de
gastos pelas empresas", afirma
Hélio Antonio Cândido, presidente do sindicato.
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