Ribeirão Preto, Domingo, 15 de Fevereiro de 2009

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Foco

Após evoluir em usina de açúcar e álcool, fiscal é demitido em Guariba

DO ENVIADO ESPECIAL A GUARIBA

O mineiro Nilson Gomes Machado, 39, sonhava em fazer carreira na usina Bonfim, do Grupo Cosan, em Guariba. O plano se desenhava: começou em 2004 como cortador de cana-de-açúcar e, quatro anos mais tarde, chegava ao posto de fiscal, com salário quase dobrado. No início deste ano, a escalada foi interrompida com a demissão.
"Eles fazem o que acham que devem fazer, mas pelo menos podiam dar uma explicação para a gente", disse Machado, que afirma não saber, até hoje, o motivo de sua demissão, assinada no último dia 22. Ganhava R$ 1.300, o suficiente para sustentar mulher e quatro filhos.
"Por enquanto, vou vivendo do meu seguro-desemprego e do dinheiro do meu acerto."
A mágoa pelo corte repentino se repete no olhar de Luiz Mendonça, 31, um dos poucos não-migrantes da cana em Guariba. Também começou a trabalhar na usina Bonfim em 2004 e, assim como o colega, subiu de cargo: de cortador a guarda noturno. Ganhava pouco mais de R$ 800, o que dava para ajudar nas despesas da casa onde vive com o pai e dois irmãos. "A gente acha que é por causa dessa coisa de crise, mas não sei o que aconteceu para me mandarem embora", disse. (LUCAS REIS)


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