Ribeirão Preto, Sábado, 15 de Maio de 2010

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Usina da região terá de pagar R$ 400 mil a ex-funcionário

Trabalhador teve as duas pernas amputadas depois de cair numa transportadora de açúcar da São Francisco há 7 anos

São Francisco informou que recorrerá da decisão no TST; advogado do ex-funcionário acidentado afirmou que quer indenização maior

HÉLIA ARAUJO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Usina São Francisco, de Sertãozinho, foi condenada a pagar indenização de R$ 400 mil por danos morais e estéticos a um ex-funcionário que perdeu as pernas num acidente de trabalho há sete anos.
A usina também foi condenada a pagar pensão vitalícia de R$ 556 e próteses para os membros amputados do acidentado, Emerson Ananias Fernandes dos Santos, no valor de R$ 150 mil cada uma, que devem ser trocadas a cada cinco anos.
A sentença também contemplou a família de Santos, que na época tinha 23 anos e sustentava a casa. Mãe e duas filhas devem receber R$ 10 mil cada. A condenação, de segunda instância, é do Tribunal Regional do Trabalho. Empresa e vítima ainda vão recorrer ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Santos era operador de produção no empacotamento e carregamento quando se acidentou em 14 de março de 2003. "Eu estava lavando a rosca transportadora de açúcar quando escorreguei e cai dentro dela. Minhas pernas foram trituradas acima do joelho e os médicos amputaram as duas. Foi o pior dia da minha vida."
Ele diz que não tinha equipamento de segurança, mas era obrigado por seus superiores a fazer o trabalho.
Sua defesa recorreu porque o valor ficou abaixo do que era esperado. Desde o acidente ele está numa cadeira de rodas e, em 2009, foi aposentado por invalidez. "Dinheiro nenhum vai trazer a vida que levava, mas o valor deveria ser maior para me ajudar a criar minhas filhas e viver com dignidade."
Seu advogado, Hamilton Pessini, disse que em processos semelhantes a indenização variou de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, por isso recorreu.
O assessor jurídico da São Francisco, Frederico Paropat, disse que ainda não houve trânsito em julgado da decisão do TRT e que recorrerá no TST. Sobre o acidente, ele disse que a usina não se manifestaria.


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